Sexta-feira da 8ª Semana TC
Eclo 44,1.9-13
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Depois de cantar a glória do Criador e da criação, o Eclo canta o louvor aos antepassados. Esse cântico que celebra os personagens ilustres e os seus atos de bondade é também uma recordação histórica de tudo o que Deus realizou na história através dos antepassados. Assim aquilo que poderia se apenas um elogia fúnebre de personagens históricos é, na verdade, um louvor a Deus por suas ações na história da salvação.
Uma introdução geral prepara o desfile histórico que passará diante de nossos olhos. Passarão diante de nós personagens concretos: Salomão, Ezequias, Elias, José, Isaías, Davi e Asaf, etc.
Todos esses personagens são qualificados como “ilustres”, mas o sentido correto é de que são “pessoas de bem”. Em uma palavra: são benfeitores. Conforme o v. 2 (suprimido da leitura litúrgica): eles “exerceram o poder em seus domínios, foram renomados em força e dotados de prudência, e fizeram anúncios em profecias. Outros guiaram o povo com seus conselhos e com habilidade em escrever, e na sua instrução estavam as palavras da sabedoria. Outros ainda excogitaram cantos melodiosos e compuseram poemas das Escrituras. Outros foram zelosos na busca da beleza. Todos alcançaram glória entre as gerações do seu povo. eles são homens generosos, pois seus gestos de bondade não foram esquecidos”.
Diferentes dos benfeitores, existiram também os malfeitores: esses “não deixaram lembrança alguma, desaparecendo como se não tivessem nascido”.
Por que fazer memória desses personagens ilustres? A razão de fazer memória é que a memória torna presentes e atuais os antepassados. Como os descendentes dos homens ilustres tornam presente os seus pais, assim a memória nos liga aos gestos de bondade que eles realizaram. Por isso não esquecer é o mesmo que tornar presente o que eles fizeram a fim de que nós também os imitemos.
Evocar o passado tem a finalidade de fazer entrar no presente o bom exemplo dos antepassados. Assim o presente é enriquecido e o futuro é projetado.
A eucaristia é memorial nesse sentido. Não é simples evocação e recordação: é memória do mistério pascal de Cristo. O evento da Páscoa de Cristo se torna presente e atual no aqui e no agora da celebração, inserindo em nossa vida a força salvadora da morte e ressurreição de Cristo, antecipando para o nosso presente a plenitude de Cristo que virá.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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