Sexta-feira da 14ª Semana do Tempo Comum
Mt 10,16-23
O que nós acabamos de ouvir é profecia ou experiência? As duas coisas! Com efeito, Jesus profetizou que os discípulos teriam o mesmo destino que o dele: a perseguição e o martírio. Eles deveriam beber do mesmo cálice que iria beber na paixão. Nesse sentido, a palavra de Jesus é profecia e uma advertência para a futura perseguição.
O que nós ouvimos é também a descrição da experiência que os discípulos de Cristo têm feito ao longo destes dois milênios. O que ouvimos, além da experiência dura e sofrida da Igreja primitiva, é também a descrição do que tem sido uma constante para os cristãos: a perseguição por causa da fé em Cristo. Com efeito, não houve período da história em que os cristãos não têm sido caçados como criminosos, encarcerados, conduzidos aos tribunais, odiados até a morte, entregues pelos próprios familiares: pais, irmãos e filhos.
Jesus não é o único que foi perseguido, julgado injustamente e morto como malfeitor. Não tem sido assim no passado nem no presente, tampouco no futuro. Na realidade a paixão de Cristo continua nos cristãos perseguidos da história milenar da humanidade.
Muitos são os discípulos de Jesus que são perseguidos exatamente porque são cristãos. Dados estatísticos revelam que hoje 360 milhões de cristãos são perseguidos por causa de sua fé. Isso significa que um em cada sete cristãos sofre perseguição (dados de 2022).
As palavras de Jesus recomendam prudência. Jesus manda que não se corra inutilmente o risco do martírio. A fuga nem sempre é sinal de covardia; pelo contrário, pode ser ditada pela prudência, pois as ovelhas fogem dos lobos. De fato, o martírio não deve ser buscado diretamente. Ele consiste em se deixar matar para não renunciar a fé. O mártir nunca tira a vida de outros, ele dá a vida. Por isso é um abuso chamar de mártir o terrorista que comete atentados. Isso não é absolutamente martírio.
Jesus anuncia que os discípulos serão levados aos tribunais e julgados, mas isso será ocasião para um testemunho público e para anunciar ainda mais o Evangelho.
O mais doloroso é que a perseguição venha de familiares e amigos, mas o motivo (por causa de Jesus) e o exemplo do mestre servirão de ajuda e apoio para que eles possam perseverar até o fim. A perseverança até o fim é virtude fundamental.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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