Comentário ao Evangelho – Domingo 07/02/2021

5º Domingo do TC

Mc 1, 29-39

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A perícope evangélica é a descrição da rotina diária de Jesus. Descrevendo como Jesus passou um dia de sua vida terrena, Marcos nos permite imaginar como foram todos os seus dias. O objetivo de Marcos é claro: descrevendo-nos um dia programático de Jesus, revela-nos o programa diário dele; mostra-nos num dia o que é ordinário, se repete e é constante no dia-a-dia de Jesus. Contemplar um dia programático do Senhor significa encontrar a sua vida, as suas escolhas, as suas prioridades, como ele passava o tempo. Como Marcos descreve esse dia programático?

A vida de Jesus consiste na oferta de sua vida por nós: o dom de si mesmo é feito uma vez para sempre na cruz, de maneira definitiva. Mas na sua existência terrena, a oferta de Cristo se desdobra como dom permanente, repetido dia por dia, momento por momento, no transcurso dos dias. A oferta de Cristo se dá na cruz, mas também cada dia e cada momento de sua vida entre os homens.

Essa fidelidade diária de Jesus no dom de si mesmo nos revela que o seu sacrifício não é uma veleidade, uma intenção passageira, um propósito volúvel, mas faz parte do seu cotidiano. Cristo quer se doar e esse desejo não permanece aspiração sem realização, mas faz parte dos seus gestos repetidos, da rotina que constrói a sua vida. Meditando o evangelho de hoje podemos contemplar como Jesus passava os seus dias, quais eram seus horários, quais eram seus compromissos fixos, qual era sua regra de vida.

Jesus, depois de sair da sinagoga, cura os doentes e os endemoninhados. O dia seguinte começa com a oração na solidão, bem de madrugada. Depois de rezar, Jesus comunica sua decisão de partir para outros lugares para pregar, curar e expulsar demônios.

Depois de se manifesta pela pregação e pelas curas, Jesus se esconde para buscar a intimidade com o Pai. De fato, ele nada faz sem o Pai. “Mesmo sendo Filho, aprendeu a obedecer”. Ele aprendeu a obedecer na sua oração perseverante e fiel (exatamente porque estava ocupadíssimo, Jesus dedicava tempo para rezar), na sua pronta obediência à vontade do Pai em ir para outros lugares (o sucesso em Cafarnaum era uma tentação: todos te procuram! Para quê ir embora?).

Jesus não permaneceu em Cafarnaum para aproveitar o seu sucesso porque ele não veio para se fixar em um lugar. Ele não prega o Evangelho para ter sua recompensa, mas para pregá-lo gratuitamente (é essa a recompensa do evangelizador).

Somos convidados a examinar como nós passamos os nossos dias: quais são as nossas escolhas, as nossas prioridades? O que faz parte de nosso cotidiano? Mas não só: depois disso é preciso confrontar o nosso cotidiano com o de Jesus.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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