A FAMILIA

Deus é o Criador de todas as coisas. Criar é um ato da onipotência do Todo Poderoso: é tirar o tudo do nada. Ele faz o que quer. O homem não cria nada; ele transforma o que a natureza oferece. A partir das coisas criadas por Deus, o ser humano é capaz de inventar e fazer muitas coisas, por exemplo, a inteligência artificial, remédios, vacinas, construções, veículos, máquinas etc. Mas, o homem, porque é pecador, também constrói bombas e armas que semeiam a morte, como nós vemos agora na Rússia e Ucrânia, Israel e Irã e em outros lugares. Gastam-se bilhões em armamentos para matar, enquanto milhões de pessoas e crianças estão morrendo de fome! Se o ser humano não tiver um sentido espiritual, ele se transforma num monstro destruidor de vidas e civilizações.

Acabamos de celebrar o Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. O Criador desce até nós. Veste a nossa carne humana no ventre de uma mulher, a Virgem Maria. É gestado por nove meses. O Criador de toda a vida, recebe a vida humana de uma criatura por nove meses, como qualquer ser humano. O Criador torna-se criatura por amor. Jesus é o rosto humano do Deus Altíssimo e se torna também o rosto divino do homem. Qual o motivo da Encarnação? Amor e misericórdia!

O ser humano entregue à própria sorte se desumaniza, vira um destruidor. Jesus veio do céu para nos dar solução: “Vinde a mim, vós que andais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei. Aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros como eu vos amei. Que eles sejam um”.

A humanidade se divide em raças, línguas e cores da pele. Mas todos vós – diz Jesus – sois iguais porque filhos de um só Pai Celestial. Ninguém é melhor do que o outro. As diferenças culturais e sociais são acidentais. Dentro de cada coração humano pulsa alguém que é imagem e semelhança de Deus. Isto que é o mais importante. Jesus veio nos ensinar esta verdade com a sua vida. Ele desceu até nós para nos ensinar que a única forma de sobrevivência no universo é o amor. Não é o poder, não é o dinheiro, não são as grandezas, não é a tecnologia, não são as drogas, não é o sexo. Tudo isso são ídolos que os homens inventaram e adoraram e adoram. Deus é amor.

Estamos celebrando o Natal. Jesus nasce dentro de uma família, como todos nós. Ele nasce no lar de José e Maria. É criado com todo amor e carinho, apesar da pobreza. José não é seu pai humano, mas amou Jesus com todo o seu coração, foi o pai adotivo do Filho de Deus Pai. Assim Jesus nos ensinou com sua vida o que é ser adotado. José, pelo “seu filho” enfrentou medos viagens, fugas, exílio e trabalhos: passou-lhe a profissão e como pai judeu zeloso passou-lhe o conhecimento da Palavra de Deus. Um carpinteiro de Nazaré, com seu suor, sustentou o Criador e ensinou a Palavra ao próprio Verbo Encarnado. Que maravilha!

Maria aceitou a vontade de Deus em sua vida. Apesar das incertezas do Mistério da Encarnação do Verbo, assumiu ser Mãe do Filho do Altíssimo, mesmo que uma espada transpassasse seu coração. Maria gerou o Verbo em seu ventre, alimentou-o com sua vida dando-lhe a vida humana. Depois de nascido, amamentou, cuidou dele como uma mãe extremosa o faria. O nosso Senhor não nasceu sozinho, nasceu com todos os cuidados possíveis que os seus pais podiam lhe oferecer em Belém. Aliás, o Filho de Deus nem no céu viveu sozinho. No céu o nosso Deus vive em três: Pai e Filho e Espírito Santo.

Aqui na terra Jesus vive numa família, o lar de Nazaré – depois forma a Igreja, chamando os Apóstolos e os Discípulos. E, finalmente no Calvário salva toda a humanidade, entregando a sua VIDA por todos os seres humanos, dando-lhes assim uma vida nova: o mistério da Comunicação e Comunhão. jesus é o cabeça da igreja e nós, seus redimidos, somos os seus membros. Formamos o Corpo de Cristo, somos sua família agora.

Se a humanidade quiser sobreviver só existe um Caminho: amor e perdão.

João Carlos Alampe

 

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