O filho mais novo, criado com todo carinho, como Jacó criou José, não conseguiu esperar a morte do pai, para entrar na herança. Quis sua parte ainda com o pai vivo. E, seu pai tinha muitos haveres: propriedades, rebanhos, servos….
E o pai, que o filho tinha matado no seu coração, dividiu seus bens em duas partes iguais e entregou uma delas ao filho ingrato. Nem bem pegando a gorda herança, partiu o jovem vestido como um príncipe em brilhante carruagem, acompanhado de seus criados pessoais, indo para distantes terras, onde poderia levar a vida livre, devassa, e desperdiçada com que ele sonhara. Nem o pai, nem o irmão, nem o lar, nem o bem estar doméstico lhe interessavam… Ele queria ser livre… Não queria ninguém no controle da sua existência.
Como era gastador inveterado, arrumou um montão de amigos com quem passava suas noitadas em banquetes, orgias e bebedeiras…
Mas, para tudo há um limite: o dinheiro que era muito foi minguando, já que os gastos eram excessivos. De repente, viu-se no aperto. Pensou: os meus amigos me apoiarão. Vou procurar os “grandes” amigos! E… todos sumiram, ninguém o conhecia mais. A fome e a necessidade bateram à sua porta. Procura emprego! Não acha porque é tempo de calamidade.
Finalmente depois de passar por muitas humilhações, alguém lhe arruma um emprego de guardador de porcos. Para um judeu este trabalho não podia ser pior – o porco era um animal impuro. Somente o contato com os animais tornava o pastor impuro e abjeto. A fome continuava, comia até as lavagens dos animais imundos. O herdeiro rico agora era um mendigo sujo, maltrapilho e fedorento…
Caiu em si.
As vezes é preciso chegar ao fundo do poço para olhar para cima e ver a claridade e o sol brilhando…
“Na casa de meu pai há sobra, não falta nada nem para os servos e empregados … Vou voltar… e pedir misericórdia… Quem sabe o pai me perdoa !!!…”
E, manquitolando, apoiado num bordão, sujo, vestido de lama como os porcos, encetou a viagem de volta. Foi uma viagem de retorno totalmente diferente da ida. Agora é um trapo humano que refaz a longa e penosa viagem sozinho. Ninguém mais…
Mas,… o pai ia na curva da estrada sempre, com esperança, espiar se o filho não voltava… Um dia olhou e olhou… procurou limpar os olhos, e viu no caminho, no andar cansado do mendigo esquálido e trôpego, o pai viu o seu filho querido… Não teve dúvida e correu até ele, abraçou-o, beijou-o mil vezes … O filho falou pedindo perdão. O pai não respondeu… estava feliz demais com a volta.
O pai chama os seus servos fiéis e lhes dá uma ordem: preparem um bom banho, tragam uma veste nova, calcem sandálias preciosas nestes pés chagados, tragam o anel valioso da aliança renovada… Façamos uma grande e alegre festa.
O MEU FILHO VOLTOU !
ASSIM É O PAI DO CÉU CONOSCO. O MEU FILHO VOLTOU.
Por Pe. João Carlos Alampe
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