Vamos com os Pastores a Belém

INTRODUÇÃO: O Texto Sagrado nos diz que os pastores foram apressadamente para o local onde o Menino havia nascido. Domingo passado víamos, de maneira análoga, Nossa Senhora partindo apressadamente a uma região montanhosa da Judeia a fim de ajudar sua prima, Santa Isabel…

E quantas pessoas também se apressam hoje… viram roupas… itens que não podem faltar à mesa… selecionaram convites… mas será que temos pressa quando se trata das coisas de Deus? Ou será que as coisas da Terra são mais importantes e as de Deus estão em nossa lista de espera? Os pastores deixaram seu rebanho… o que deixamos para trás por amor a esse Menino durante este ano? E o que estamos dispostos a deixar para trás hoje?

São Lucas quer nos dizer que é precisamente para as coisas de Deus que devemos ter pressa!!

  1. Jesus na manjedoura e o Cordeiro de Deus:

O próprio local do nascimento de Jesus, uma manjedoura (que é um cocho onde os animais se alimentam), já sugere uma ligação com o sacrifício. A começar pelo nome de sua cidade, Belém. Em Israel hoje, há duas línguas oficiais: o Hebraico e o Árabe. Em Hebraico, Belém, significa “Casa do Pão”, ao passo que em Árabe significa “Casa da Carne”! Lá, Deus se fez nosso Pão! Lá, Deus assumiu nossa carne! E mais tarde, o Pão, na Eucaristia, se fez carne! Sua colocação em um lugar de alimento também prefigura a Eucaristia, onde Ele se oferece como verdadeiro alimento espiritual. Por isso mesmo, Natal sem Missa, sem a Eucaristia, não faz sentido algum!

  1. Os pastores e o Cordeiro:

Jesus, desde o início, é apresentado como o Cordeiro de Deus (Jo 1,29), aquele que seria oferecido como sacrifício pela redenção da humanidade.

Os pastores eram pessoas marginalizadas, pouco apreciadas. Viviam junto com os animais, separados do convívio humano. Por causa do contato permanente com os animais eram considerados impuros. Ninguém jamais os convidaria para vir visitar um recém-nascido.

No entanto, os pastores foram os primeiros a visitar o Menino Jesus (Lc 2,8-20). Eles simbolizam a simplicidade e a pureza do povo que reconhece o Cordeiro de Deus. Eles cuidavam de ovelhas, muitas das quais seriam usadas nos sacrifícios do Templo. Isso alude ao fato de que Jesus é o Cordeiro perfeito que substituiria todos os sacrifícios antigos, oferecendo-se de uma vez por todas (Hb 10,10).

  1. O Cordeiro atado na pedra para o sacrifício:

Na tradição judaica, o cordeiro sacrificial era amarrado em uma pedra antes de ser imolado no altar. Em Israel, era costume enfaixar a criança recém-nascida de modo que ela ficasse mais “firminha”. Jesus está atado, como mais tarde também será envolto em linho e devolvido para Maria aos pés da Cruz!

Essa imagem, portanto, já aponta diretamente para Jesus, que seria atado e entregue como vítima sacrificial, especialmente na sua Paixão e Crucificação. A manjedoura, nesse sentido, já antecipa o altar da Cruz, onde Ele cumpriria Sua missão como o Salvador e o altar da Santa Missa onde, todos os dias, Ele se oferece novamente para nos salvar e nos alimentar como nosso Salvador e nosso Pão da Vida, descido do Céu!

 

CONCLUSÃO: Os pastores voltaram para a casa cheios de alegria! Com um sentimento de que “a vida faz sentido”, não estamos jogados ao acaso! Como dizia Einstein: “Deus não joga dados”. Assim como um menino que nasce é certeza de continuidade da descendência de uma família, este Menino é a certeza de que não terminaremos no “nada”! De que a vida não é um caminho para o “nada”, mas para um encontro, e um lindo encontro de amor! Seja Ele, portanto, também para nós, a razão de nossa alegria, a razão de nossa esperança! Amém!

 

Pe. Wagner Lopes Ruivo

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