“Vós, queridos jovens, não sois o futuro, mas o agora de Deus”, afirma Papa Francisco no encerramento da JMJ 2019

A Jornada Mundial da Juventude de 2019 chegou ao final neste domingo, 27, no Panamá, com a missa de envio no Campo San Juan Pablo II, em Metro Park, presidida pelo Papa Francisco, que deixou seu recado: “vós, queridos jovens, não sois o futuro, mas o agora de Deus”.

Durante sua homilia, inspirada pelo Evangelho de Lucas 4;4,14-21, o Papa lembrou que Jesus, quando diz na Sinagoga que “cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura que acabais de ouvir” (Lc, 4,21), “revela o agora de Deus, que vem ao nosso encontro para nos chamar, também a nós, a tomar parte no seu agora” e chamou atenção para que os jovens sejam cuidadosos, pois muitas vezes acreditam que suas vocações e missões são para o futuro, o que é um grande engano. Deus nos dá o agora.

O pontífice destacou que “nem sempre acreditamos que Deus possa ser tão concreto no dia-a-dia, tão próximo e real, e menos ainda que Se faça assim presente agindo através de alguém conhecido, como um vizinho, um amigo, um parente”, pois por inúmeras vezes acreditamos que Deus é algo supremo e que não pode ser tocado, esquecendo que “o amor divino pode ser concreto e quase experimentável na história com todas as suas vicissitudes ásperas e gloriosos”. E comparou as pessoas como os vizinhos de Nazaré de Jesus, que preferiam um Deus distante, que fosse bom, generoso, mas distante.

“Ele não quis manifestar-Se de modo angélico ou espetacular, mas quis dar-nos um rosto fraterno e amigo, concreto, familiar. Deus é real, porque o amor é real; Deus é concreto, porque o amor é concreto. E é precisamente esta «dimensão concreta do amor aquilo que constitui um dos elementos essenciais da vida dos cristãos»”, disse o santo padre citando o Papa Emérito Bento XVI.

Praticar a escuta

Francisco também fez menção ao XV Sínodo dos Bispos de 2018, “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, e lembrou que “um dos frutos do Sínodo recente foi a riqueza de nos podermos encontrar e, sobretudo, escutar”. E a escuta deve ser feita por todas as idades. Os jovens devem escutar os mais velhos, os idosos, escutar as experiências que viveram, os conselhos que têm. Assim como também os jovens precisam ser ouvidos.

Como bom exemplo de escuta e de vivencia do agora, Papa Francisco citou Maria, que disse sim para o presente e viveu intensamente o seu chamado. “Ao longo de todos estes dias, como um fundo musical, acompanhou-nos de modo especial o «faça-se» de Maria. Ela não Se limitou a acreditar em Deus e nas suas promessas como algo possível, mas acreditou em Deus e teve a coragem de dizer «sim» para participar neste agora do Senhor. Sentiu que tinha uma missão, apaixonou-Se, e isso decidiu tudo. “

E finalizou a homilia pedindo que os jovens percebam no outro a presença viva de Cristo no meio de nós, assim como na Sinagoga ele se colocou de pé e disse que a Palavra havia se cumprido no hoje: “Quereis viver em concreto o vosso amor? O vosso «sim» continue a ser a porta de entrada para que o Espírito Santo conceda um novo Pentecostes ao mundo e à Igreja”.

JMJ de 2022 será em Lisboa

Com grande festa, foi confirmada a sede da próxima Jornada Mundial da Juventude: Lisboa 2022. O anúncio foi feito pelo cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, na Missa de Envio e encerramento da JMJ do Panamá. Assim, depois da JMJ 2016 em Cracóvia, na Polônia, o evento retorna ao continente europeu.

O anúncio foi acompanhado por uma delegação do Patriarcado de Lisboa, presidida por Dom Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa; pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa; e pelo presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina. Após o anúncio, foi apresentado o vídeo oficial da JMJ 2022.

Para Dom Manuel Clemente, o anúncio “é uma feliz confirmação de algo que Portugal já esperava há muito tempo porque as vinte dioceses do país sempre tiveram a esperança de viverem uma JMJ”. Para o patriarca, a escolha também revela o grande dinamismo da juventude católica, além da proximidade com o continente africano, o que revelou ser também um dos motivos da escolha por Portugal.

Por: Jovens Conectados/ Fotos: Vatican Media

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