São José, Um Santo que trabalha

No dia primeiro de maio de 1955, era um domingo e a Praça São Pedro estava repleta de fiéis. Pio XII faz um discurso enérgico aos presentes exortando todos a se orgulharem da sua identidade cristã frente às ideologias socialistas que pareciam dominar. No final surpreende a multidão com um “presente” que entusiasma todos:

Para que todos entendam este significado (…) queremos anunciar a Nossa determinação de instituir – como de fato instituímos – a festa litúrgica de São José operário, marcando-a no dia 1º de maio. Trabalhadores e trabalhadoras, agrada-vos o nosso dom? Temos certeza que sim, porque o humilde artesão de Nazaré não só personifica junto a Deus e a Santa Igreja a dignidade do trabalhador, mas é também sempre providente guardião vosso e de vossas famílias” (Festa de S. José Operário – 1º de maio de 1955).

As etapas que levaram a Igreja a estabelecer o culto de São José foram muito longas, desde Sisto V que no final do século XV fixou a data da festa para 19 de março até a última decisão de Papa Francisco que, confirmando a vontade Bento XVI, no dia 1º de maio de 2013 decreta o acréscimo do nome de São José, Esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria, nas Orações eucarísticas II, III e IV (precedentemente João XXIII tinha estabelecido em 13 de novembro de 1962 a introdução no antigo Cânone romano da Missa, ao lado do nome de Maria e antes dos Apóstolos).

Foi também João XXIII, que querendo confiar ao “pai” terreno de Jesus o Concílio Vaticano II, escreveu em 1961 a Carta Apostólica Le Voci, na qual faz um tipo de sumário da devoção a São José sustentada pelos seus predecessores. Não são opacas operações de “burocracia” litúrgica. Por trás de cada novo decreto colhe-se um sentimento e uma consciência eclesial cada vez mais enraizada como por exemplo, como aconteceu a Pio XII, podem chegar a marcar também na vida civil.

O pai silencioso

De São José não se conhecem as palavras, apenas os silêncios. Bento XVI aprofunda-se na aparente ausência de São José e extrai dela a riqueza de uma vida completa, de um homem fundamental que com seu exemplo sem proclamações marcou o crescimento de Jesus o homem-Deus:

Um silêncio graças ao qual José, em união com Maria, custodia a Palavra de Deus (…) um silêncio marcado pela oração constante, oração de bênção do Senhor, de adoração da sua santa vontade e de confiança sem reservas à sua providência. Não se exagera quando se pensa que do próprio “pai” José, Jesus tenha tomado – no plano humano – a robusta interioridade que é pressuposto da autêntica justiça, a “justiça superior”, que ele um dia ensinará aos seus discípulos”. (Angelus de 2005)

Por: Vatican News.

Compartilhe: