Estamos para iniciar o tríduo pascal que se inicia com a missa vespertina “in Cena Domini” da Quinta-feira Santa, abrange a Sexta-feira Santa “da paixão do Senhor” e o Sábado Santo e se conclui com as vésperas do domingo da ressurreição.
Uma primeira pergunta pode ser feita: por que se chama tríduo, se os dias são quatro? Essa forma diferente de contar os dias vem do costume judaico de considerar o início do dia já na noite do dia anterior. Assim, a noite da Quinta-feira Santa já faz parte do primeiro dia do Tríduo Pascal, isto é, a Sexta-feira Santa da Paixão.
Além dessa forma diferente de contar, é preciso cair na conta de que a entrega de Jesus na morte sacrifical da cruz foi antecipada sacramentalmente na Última ceia que Ele celebrou com os discípulos. O lava-pés realizado na noite da Quinta-feira Santa é sinal inequívoco do amor que se expressa no serviço e na doação. Assim a agonia de Jesus no monte das Oliveiras, a sua entrega aos inimigos e a sua prisão nesta noite constituem verdadeiramente o início da paixão. A Quinta-feira e a Sexta-feira Santas estão unidas não só no modo de contar os dias, mas também em seu conteúdo.
Na Sexta-feira Santa, a Igreja faz memória do Cristo, o cordeiro pascal imolado, meditando a paixão do seu Senhor e Esposo, adorando a cruz e intercedendo pela salvação do mundo todo. Nesse dia a Igreja, seguindo uma antiquíssima tradição não celebra a Eucaristia. A comunhão, que é distribuída aos fiéis nesse dia, foi consagrada na noite anterior.
A Sexta-feira é um dia de penitência a ser observada com a abstinência de carne e o jejum. Recomenda-se que o jejum seja prolongado até o dia seguinte e que sejam feitos outros exercícios de piedade como a via-sacra, o sermão das sete palavras, a procissão com o Senhor morto.
Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece em silêncio junto ao Senhor sepultado, meditando a sua paixão, morte e descida à mansão dos mortos, esperando, na oração e no jejum, a sua ressurreição. Também nesse dia a Igreja se abstém do sacrifício da missa.
Entre a noite do Sábado e o alvorecer do Domingo, a Igreja celebra, em honra do Senhor, a Vigília Pascal que deve ser considerada como mãe de todas as vigílias. Com efeito, na vigília pascal, a Igreja permanece à espera da ressurreição do Senhor e celebra-a com os sacramentos da iniciação cristã.
A vigília tem a seguinte estrutura: o lucernário, a proclamação da páscoa, a liturgia da Palavra, a liturgia batismal e a liturgia eucarística.
O dia da Páscoa é celebrado com grande solenidade. A liturgia do Domingo de Páscoa é perpassada de emoção e de alegria pela ressurreição do Senhor. Além da alegria, os cristãos são convidados a tirar consequências práticas morais da participação na morte e ressurreição de Cristo.
Convido todos os nossos fiéis a participarem ativa e conscientemente da celebração do Sagrado Tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado, Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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