Comentário ao Evangelho – Terça-feira da 33ª semana do TC – 15.11.2022

Terça-feira da 33ª semana do TC

Ap 3,1-6.14-22

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A carta escrita a Igreja de Sardes é muito atual. Descreve uma comunidade que tem fama de estar viva, mas está morta. É uma Igreja que, na aparência está em ordem; tudo corre bem; os documentos estão em ordem; os serviços funcionam perfeitamente, mas a realidade é que a Igreja é juridicamente impecável e pastoralmente morta.

É claro que uma comunidade cristã precisa ser bem organizada e que os seus serviços funcionem bem. Mas isso não é suficiente. É preciso que a comunidade seja espiritualmente viva, seja missionária e animada interiormente pela graça. É exatamente isso o que o Papa Francisco tem também exortado: que a Igreja seja uma Igreja de portas abertas, uma Igreja Samaritana e hospital de campanha, uma Igreja em saída missionária. Organizada sim, mas a serviço dos feridos deste mundo. Funcional sim, mas não autorreferencial.

Outro perigo que nossas comunidades cristãs correm é a de ser mornas, nem quentes nem frias. Jesus é o Amém categórico no qual não há mistura de sim e de não. Bem o oposto da Igreja que está em Laodicéia. Ela em nada é semelhante ao Amém de Deus, Jesus Cristo, por causa da mistura e da confusão do paganismo e do cristianismo que provocam a náusea de Deus. Infelizmente há muitos cristãos que misturam a fé cristã com o espiritismo, com a umbanda, com religiões orientais, com a cosmovisão maçônica. É aquilo que nós chamamos de sincretismo.

O primeiro passo para se converter do sincretismo é reconhecer a verdadeira situação, sem adular a si próprio. Infelizmente é isso o que acontece com os cristãos de Ladicéia: “tu dizes: ‘sou rico e abastado e não careço de nada’, e vez de reconhecer que tu és infeliz, miserável, pobre, cego e nu!

Não há autossalvação. Não nos salvamos por nós mesmos. Dependemos absolutamente de Deus para nos salvar. É de Deus que devemos receber a salvação. Por isso a exortação do Apocalipse continua muito atual: “dou-te um conselho: compra de mim outro purificado no fogo para ficares rico, e vestes brancas para vestires e não aparecer a tua nudez vergonhosa; e compra também o colírio para curar os teus olhos, para que enxergues.

Não desanimemos porque caímos na conta de nosso pecado e imperfeição. Reconhecer o pecado é já o início da cura da cegueira espiritual. Além disso, a correção divina é para nosso bem. É o que diz o Apocalipse para nós: “eu repreendo e corrijo os que eu amo. Esforça-te, pois, e converte-te”.

Para os que se convertem a promessa é maravilhosa: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo”.

Eu com ele e ele comigo: pode haver felicidade maior do que essa?

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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