Comentário ao Evangelho – Terça-feira da 2ª semana da Páscoa – 18.04.2023

Terça-feira da 2ª semana da Páscoa

At 4,32-37

Clique para ouvir o Evangelho e seu comentário:

A leitura nos dá informações preciosas sobre a vida da primeira comunidade cristã, a comunidade de Jerusalém. São acentuados dois aspectos importantes dessa comunidade. Primeiro a eficácia do testemunho apostólico sobre a ressurreição. Essa eficácia da pregação da ressurreição era garantida pelo poder dos apóstolos de realizar coisas extraordinárias. Além disso, a leitura nos informa que todos os cristãos participavam da graça de Deus, não somente os apóstolos. Releiamos juntos essa primeira característica da comunidade primitiva: “com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e sobre todos eles descia generosamente a graça de Deus”.

A segunda característica da comunidade cristã primitiva era a concórdia existente entre os fiéis, não havendo divisões de nenhum tipo. Essa concórdia de alma e de coração tinha sua expressão concreta na comunhão dos bens. Nenhum cristão considerava a sua propriedade pessoal como posse exclusiva, mas tudo era comum entre eles. Assim naquela comunidade não havia necessitados, pois os que tinham bens, os vendiam quando necessário e punham o dinheiro à disposição dos apóstolos. Assim, cada um recebia conforme o que necessitava.

Aqui é preciso entender bem. Essa prática não era algo habitual, mas excepcional e sempre feito livremente. Os cristãos não eram obrigados a se desfazer de seus bens, mesmo que isso fosse em benefícios dos mais pobres.

A Igreja sempre defendeu o direito à propriedade particular. Ela nunca foi partidária do coletivismo. Ao mesmo nunca defendeu o direito a propriedade particular como um direito absoluto. Antes sempre subordinou esse direito ao dever de usar a propriedade como um bem comum e para o bem comum. É aquilo que o Papa João Paulo II afirmou: sobre toda a propriedade pesa uma hipoteca social.

Que o exemplo da comunidade cristã primitiva nos inspire no modo como fazemos uso de nossas propriedades.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

Veja mais em: Biografia / Agenda do Arcebispo / Palavra do Pastor / Youtube / Redes Sociais

Compartilhe: