Comentário ao Evangelho – Terça-feira da 25a semana TC – 26.09.2023

Terça-feira da 25a semana TC

Esd 6,7-8.12.14-20

A reconstrução do templo de Jerusalém se concluiu no tempo do profeta Ageu e Zacarias. Na verdade, foram esses dois profetas que, vencendo todas as dificuldades e exortando o povo, levaram a termo a obra. Depois da reconstrução foi realizada a dedicação do templo e a celebração da páscoa.

É importante a notícia de que o templo foi consagrado e que, nele, foi celebrada a páscoa.

Podemos imaginar os sentimentos e a devoção dos judeus ao celebrar a páscoa no templo reconstruído.

A partir disso podemos também tomar consciência do que acontece conosco quando entramos em uma Igreja consagrada. O nosso olhar, que se dirige ao templo consagrado, está cheio de gratidão e de admiração porque reconhecemos que na realidade material do edifício, Deus quer conferir as suas graças espirituais. Não devemos nunca perder essa reação de estupor: no templo consagrado Deus vem ao nosso encontro, nos fala como amigos e se entretém conosco.

No templo, Deus prodigaliza os seus bens a nós: o pecador arrependido encontra e recebe o perdão; o peregrino recebe o pão da vida para seu nutrimento; no templo, nos despedimos de nossos amados que partiram para Deus e os confiamos ao bom pastor para que os carregue nos seus ombros até a casa do Pai.

No lugar físico, o Inefável está presente nos sinais reais; o Transcendente se revela imanente aos símbolos tomados das coisas criadas; o Três vezes Santo se digna estar misteriosamente presente em realidades do nosso mundo!

Além do edifício material, o olhar se dirige também para as pessoas que se reúnem no templo, para a comunidade dos fiéis que nele se reúne, para a assembleia e a comunhão dos santos. Experimentamos no templo que a própria assembleia litúrgica é obra de Deus: nós fomos convocados, não somos nós que nos reunimos. A igreja de pedra nos faz cair na conta que nós somos Igreja.

Igreja de pedra, Igreja de pedras vivas; edificação realizada por nossas mãos que é consagrada para ser a presença do Inefável neste lugar; edificação construída por Deus e feita de pessoas! Tudo isso o olhar de fé detecta.

A consagração de um templo é como uma cura para a nossa cegueira. Um olhar sem fé vê somente pedra, tijolo, cimento, ferro, ornamento, trabalho humano, reunião de indivíduos. O olhar de fé faz ver no templo o Santo, o Invisível, o Transcendente, o Templo do Espirito Santo, o que Deus faz em nosso favor, a comunhão dos santos, a unidade do Corpo de Cristo e a Igreja presente no mundo todo.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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