Terça-feira 30ª TC
Rm 8,18-25
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Paulo fala da redenção em termos cósmicos. A redenção não se refere somente ao mundo humano, mas também ao mundo infra-humano. Assim como a humanidade, a criação inteira está na espera, ansiosa pela redenção como sofrendo as dores do parto. Como nós vivemos na esperança do que ainda não vemos, também a criação espera o momento de se revelarem os filhos de Deus.
Não nos esqueçamos do que aconteceu no Gênesis. Antes do pecado de Adão, a criação material estava submetida ao ser humano da mesma forma como este estava submetido ao Criador. O pecado original, porém, introduziu nessa relação Criador – ser humano – criação material uma desordem e uma anormalidade: “a criação ficou sujeita à vaidade”.
Como consequência do pecado de Adão, toda a criação material sofreu a maldição do Criador: “a criação ficou sujeita à vaidade não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou”. Deus não amaldiçoou o ser humano, mas o seu pecado teve como triste e dramática consequência a maldição da criação material.
Deus, no entanto, não se limitou a amaldiçoar a terra por causa do pecado de Adão. Ele também deu esperança tanto ao ser humano quanto à criação inteira. Deus prometeu fazer a criação material participar da redenção da humanidade. Por isso, “também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus”.
O universo físico criado não será mero espectador da glória e da libertação vitoriosa do homem. Pelo contrário, participará solidariamente dela. Assim, quando os filhos de Deus forem finalmente revelados em toda a sua glória, também o mundo material será libertado da escravidão e da corrupção.
A criação inteira geme e suspira na esperança e na dor junto com a humanidade inteira que também aguarda na esperança a revelação da glória.
São Paulo nos conduz a uma profundidade surpreendente o nosso empenho ecológico e o cuidado que tempos pela casa comum. Cuidar da natureza, preservar os recursos naturais, combater a poluição não é, para os cristãos, apenas preocupação ecológica limitada ao horizonte profano. Cuidar da casa comum, segundo a fé cristã, é um empenho em vista da redenção universal e cósmica em Cristo.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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