Ef 5,21-33
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Esse texto é extraordinário! Representa uma verdadeira revolução na relação entre marido e esposa! Uma revolução que ainda não foi plenamente vivida e é sempre renovadora da vida conjugal.
Mas como? Lendo o texto de Paulo, temos a impressão que ele defenda a submissão da mulher ao homem. De fato, Paulo exorta: “As mulheres sejam submissas aos seus maridos”. Além disso, Paulo parece defender a superioridade do homem em relação à mulher: “Pois o marido é a cabeça da mulher”.
No entanto, a afirmação mais importante da leitura de hoje está no versículo 32 e é a partir dele que devemos entender todo o resto: “Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja”. É a partir da relação entre Cristo e a Igreja que se interpreta a relação entre esposo e esposa, e não o contrário!
Assim a submissão da esposa ao esposo deve ser uma submissão semelhante à submissão da Igreja a Cristo. Da mesma forma, a relação do marido cabeça com a esposa se pauta pela relação de Cristo cabeça com a Igreja, ou seja, trata-se de um novo tipo de domínio que nada tem a ver com a tirania. A relação do marido com a esposa é a relação do salvador com a Igreja.
A relação entre os cônjuges se regula pela relação que há entre Cristo e nós, que somos a sua Igreja. Com efeito, quem ama respeita e não oprime o outro; não tem atos de violência nem procedimentos que diminuem a outra pessoa. Dessa forma, o que São Paulo afirma não pode ser usado para justificar a dominação e a opressão em família. Exatamente o contrário!
Outra coisa extraordinária desta leitura de hoje é que nela se revela a dignidade do matrimônio cristão. O Matrimônio cristão é, no fim das contas, uma concreção e uma expressão visível e profética do grande mistério da relação de Cristo e da Igreja. É exatamente por isso que a união natural do homem e da mulher é elevada à dignidade de sacramento.
Rezemos por todos os casados para que possam viver com verdade essa sublime vocação e dignidade. “Este mistério é grande, e eu o interpreto em relação a Cristo e à Igreja”.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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