Comentário ao Evangelho – Terça-feira 27/07/2021

Terça-feira 17a Semana TC

Mt 13, 36-43

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A explicação da parábola do joio e do trigo muda o foco de nossa atenção. A atenção se desloca da convivência do trigo e do joio para o destino diverso dos bons e dos maus.

A Igreja corre dois riscos: tornar-se uma “seita de justos” que não tem misericórdia com os pecadores, os imperfeitos e os fracos, ou então de se transformar num bando de imorais que justifica indevidamente a própria imoralidade com a misericórdia divina.

A parábola do joio e do trigo fala da convivência de bons e de maus na Igreja. A Igreja não é uma elite de perfeitos tampouco um bando de acomodados. Na Igreja, os bons devem perseverar e crescer na humildade, sabendo que a santidade é dom de Deus, e os pecadores devem buscar a conversão com esperança na misericórdia divina. O juízo, ou seja, a separação dos salvos e dos perdidos, dos santos e dos condenados só se dará no juízo final, não agora! E quem fará a separação não seremos nós, com nossos critérios limitados e nossa visão superficial, mas Deus.

O tempo presente é o da paciência: paciência nossa e paciência de Deus! Paciência para que possamos chegar todos a conversão!

A parábola responde à pergunta: se a Igreja é Igreja de Jesus Cristo, por que existem maus cristãos? A parábola dá duas razões. A primeira é de que Deus semeia boa semente, mas infelizmente também Satanás semeia o joio. Mesmo sendo batizado, mesmo tendo recebido o dom de pertencer à Igreja, o cristão deve lutar contra a tentação de Satanás. A graça de Deus não se substitui à nossa liberdade e é preciso perseverar na graça para não ser vencido pela tentação.

A outra razão é de que Deus concede tempo para a conversão. Ainda não é tempo da separação e, por isso, a presença de pecadores na Igreja é sinal da condescendência de Deus. Não podemos abusar da condescendência e, por isso, devemos sempre buscar a conversão do coração. Assim a convivência com os pecadores não deve ser causa de pessimismo: o juízo final, o juízo de separação será o triunfo de Deus, mas Deus não quer vencer sem que nós vençamos também o pecado em nós mesmos.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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