Terça-feira da 5a. semana da Quaresma
Jo 8, 21-30
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“Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou”.
Jesus fala de sua paixão como um “ser elevado”. O sofrimento, a crucifixão e a morte de Jesus não é um suplício que o aniquila, mas uma exaltação, uma glorificação, um “ser elevado”.
Ser elevado na cruz não parece, à primeira vista, uma honra. Mas onde a razão não consegue avançar, a fé nos faz entrever que a cruz foi para Cristo uma grandíssima honra: é uma honra o Cristo ter aceitado o sacrifício por amor ao Pai e é um grande gesto de amor o Pai ter pedido a Jesus este sacrifício total.
O pedido do Pai ao Filho pressupõe um amor imenso, uma confiança total no Filho. A Jesus, o Pai pede o sacrifício para salvar o mundo, para fazer nova todas as coisas, para mudar o coração das pessoas. E Jesus, respondendo com imenso amor ao Pai, aceita beber do cálice que o Pai lhe oferece.
“Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu Sou”. Ou seja, sabereis que eu sou o Filho de Deus, pleno de amor pelo Pai, que não hesita em se sacrificar totalmente por amor.
“Então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou”. A cruz é sinal de uma gratuidade extrema. Jesus não busca nada para si, não procura a sua própria satisfação. Ele busca só a glória do Pai! Procura somente cumprir a vontade do Pai com um amor imenso. Até a cruz ele não a busca para a sua glorificação, mas unicamente para obedecer ao Pai.
Tudo o que Jesus faz, ele o faz na confiança mais profunda ao Pai. Sem essa união com o Pai, seria impossível esse sacrifício de si mesmo. Não teria também valor salvador algum. E Jesus sabe disso: “Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado”. São dois os que realizam o sacrifício da Cruz: o Pai que enviou e Jesus que é o enviado. Os dois realizam um único sacrifício de amor.
Peçamos a Jesus que nos ajude a contemplar o seu grande amor pelo Pai e o amor do Pai pelo Filho para que o nosso coração se dilate na alegria e na generosidade. De fato, a contemplação nos transforma. Nós nos transformamos naquilo que contemplamos. Assim nosso coração poderá se dilatar até as dimensões do amor do Pai e do Filho.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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