Comentário ao Evangelho – Terça-feira 16/11/2021

Terça-feira 33ª TC

Lc 19, 1-10

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Entre a multidão, do alto de uma figueira, Zaqueu queria ver Jesus. Ele não sabia como a sua vida seria mudada. Não podia suspeitar que o seu desejo de ver Jesus e a sua curiosidade iriam provocar uma mudança radical e definitiva em sua vida.

Quando chegou ao lugar, Jesus olhou para cima e viu Zaqueu. Sabe que Zaqueu o procura; dirige-lhe a palavra; faz-se convidar para ir a sua casa. Jesus sabe recompensar quem o busca com sinceridade de coração.

A hospitalidade, ativa e pronta, de Zaqueu é transformada em uma promessa; a alegria se transformou em generosidade. Ele ouve as críticas maldosas; talvez sejam até justas e merecidas! Mas a sua disponibilidade em acolher Jesus se torna motivo de sua conversão verdadeira e profunda.

O encontro de Zaqueu com Jesus é uma chave de leitura da vida cristã. A nossa conversão só é possível porque Jesus vem a nosso encontro. É o encontro com Ele que provoca a nossa conversão.

Sabemos que a riqueza de Zaqueu provinha de seu ofício, desempenhado sem escrúpulos. Os romanos davam em arrendamento (concessão) a cobrança de impostos sem exigir outra coisa a não ser o pagamento da quantidade estipulada. Um chefe de cobradores de impostos tinha mais ocasião para se enriquecer às custas de fraudes e abusos. Evidentemente ele não defraudava os romanos e o fisco, mas os cidadãos pobres.

Zaqueu desejava ver Jesus. Sua curiosidade não era meramente superficial. De alguma maneira ele devia, há tempos, como Herodes, se perguntar quem era esse homem.

É uma ironia fina a cena do homem rico e muito baixinho, que sobe numa árvore. Essa cena ganha força, quando Jesus é obrigado a olhar para cima para conversar com Zaqueu. Jesus o chama pelo nome, como um velho conhecido, como se tivesse vindo para a cidade para fazer-lhe uma visita.

Zaqueu obedece com prontidão e com alegria. Afinal era uma honra receber Jesus, mas isso provoca a reação de outros: “Esse homem come com os pecadores”, é o comentário de uma outra perícope.

Zaqueu devolve o dobro do que a Lei exige (Ex 22,4: “Se um animal roubado – boi, jumento ou ovelha – for encontrado vivo nas mãos do ladrão, este devolverá tudo em dobro”). Zaqueu dá a metade dos seus bens aos pobres como forma de expiação. Diferente do que foi pedido ao jovem rico, Zaqueu não precisa se desprender de tudo para seguir Jesus, pois não foi chamado para isso.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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