Terça-feira da 20 Semana TC
Ez 28,1-10
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As riquezas são uma armadilha e não um auxílio. É o que aprendemos da leitura de Ezequiel. O profeta fala contra a cidade comerciante de Tiro e o seu príncipe. Toda a sua atividade comercial e os seus tráficos foram orientados para o seu enriquecimento: “Com talento e habilidade adquiriste uma fortuna, acumulaste ouro e prata em teus tesouros. Com grande tino comercial aumentaste tua fortuna, e com ela o teu coração se torno soberbo”.
Tiro era uma cidade potente e rica. Teve sucessos sucessivos e se tornou famosa. O resultado disso foi a riqueza material que não foi acompanhada de um proporcional progresso espiritual. Assim o resultado espiritual foi o do fechamento a Deus. Pior do que isso: ela começou a se considerar deus: “porque o teu coração se tornou orgulhoso, tu disseste: Eu sou um deus e ocupo o trono divino no coração dos mares”.
Esse é o modo de proceder do demônio. Ele começa a atrair as pessoas para a avidez das riquezas, para com as riquezas obter honras e reconhecimento dos outros para, enfim, conduzi-las à uma imensa soberba. Assim pouco a pouco, a pessoa acaba por se considerar deus, ainda que não o diga explicitamente. Interiormente, porém, ela se convence disso.
A advertência profética é clara: o cristão não deve ter como objetivo de vida o enriquecimento por si mesmo.
E se um cristão é rico? O que fazer? São Paulo escreveu a Timóteo: “Ordena aos ricos deste mundo que rejeitem o orgulho e não ponham sua esperança na riqueza incerta, mas em Deus que nos provê abundantemente de tudo para nosso bom uso. Ordena-lhes, ainda, que façam o bem e se enriqueçam de boas obras, que sejam prontos para dar e compartilhar. Assim acumularão para si mesmos um valioso tesouro para o futuro a fim de alcançarem a vida verdadeira” (1Tm 6,17-19).
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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