Comentário ao Evangelho – Terça-feira 12/07/2022

Terça-feira 15a semana

Is 7,1-9

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A leitura de hoje descreve uma crise política grave, mas que revela uma crise ainda mais profunda que é a crise de fé.

A independência política do povo está ameaçada a partir de fora e principalmente a partir de dentro. Os países vizinhos da Síria, de Israel, Edom e da Filistéia se unem contra o inimigo comum que é o império Assírio. Eles pressionam o reino de Judá a entrar nessa aliança. Mas o rei dos judeus, Acaz, tem outros planos. Acha mais seguro se aliar ao império Assírio. Afinal, quem vence não é o mais poderoso? Nesse caso concreto, a política exterior mais segura é a de buscar ajuda no império dominador.

É nesse momento de Isaías intervém com uma profecia, ao mesmo tempo, triste e esperançosa. A profecia é triste, porque Isaías não fala ao povo, mas apenas a um “resto”. O “resto”, nos profetas, indica a parcela do povo eleito que se manteve fiel à Aliança e que, um dia, retornará do Exílio para constituir um novo começo. O “resto” se torna assim o portador da esperança no cumprimento das promessas de Deus.

Dessa forma, Deus não rejeitará completamente o seu povo: um “resto” permanecerá como garantia de que as promessas de Deus se cumprirão. Mas para que as promessas se realizem é necessária a fé.

Em meio à grave crise política, Isaías aponta o caminho a ser percorrido: não é o caminho do cálculo politiqueiro, nem o da diplomacia mundana de escolher o mais poderoso. É o caminho da fé: “se não confiardes, não podereis manter-vos firmes”. Infelizmente, a fé é exatamente o que falta completamente a Acaz e aos seu cortesãos.

A leitura de hoje nos ensina como uma política sem fé acaba, no fim das contas, se tornando refém somente da politicagem e dos interesses dos poderosos.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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