Comentário ao Evangelho – Terça-feira 10/05/2022

Terça-feira da 4ª Semana da Páscoa

At 11,19-26

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A leitura nos dá notícias de como o Evangelho se difunde de maneira inesperada superando fronteiras nacionais e étnicas. Depois do martírio de Estevãos, muitos cristãos de Jerusalém tiveram que fugir da capital e se dispersaram chegando até a Fenícia, Chipre e Antioquia. Ao serem obrigados a fugir e se dispersar, disseminaram também o Evangelho.

A chegada do Evangelho à cidade de Antioquia é um fato importante e decisivo para a missão da Igreja. Antioquia, ao lado de Roma e de Alexandria, era um importante centro de irradiação cultural. Era uma metrópole populosa e pluralista em raças povos, culturas, línguas e religiões. Mais interessante ainda é que a chegada o Evangelho de Antioquia foi obra de missionários anônimos. Foi pelo testemunho missionário desses missionários anônimos que a obra da evangelização progrediu em lugares novos. Foi uma obra sem autorização especial, sem organização e sem propaganda. Não foi, porém, sem entusiasmo, sem a força do Espírito e sem alegria.

O que anunciaram esses missionários anônimos. O anúncio é breve e fundamental: Jesus é o Senhor. Parece pouco, mas nesse anúncio está tudo. Naquela época, as pessoas e os povos tinham muitos “senhores-deuses”. Por isso a afirmação “Jesus é o Senhor” tem a força de uma exclusividade: não há outros deuses, somente o único Senhor.

Sem esquecer a ação decisiva de missionário anônimos, aparecem dois nomes importantes da obra evangelizadora da Igreja: Barnabé e Paulo. Barnabé aparece como o encarregado oficial da missão em Antioquia, com a autoridade oficial da Igreja de Jerusalém. Foi Barnabé que foi buscar Paulo em Tarso e o apresentou aos Apóstolos. Esse gesto de apresentação é muito mais do que mera identificação. Foi a integração de Paulo à grande obra missionária da Igreja. Consistiu na legitimação de Paulo como missionário da Igreja.

Por fim, um detalhe que não é detalhe. Foi em Antioquia que os discípulos de Cristo começaram a ser chamados de “cristãos”. O surgimento do nome é muito significativo. De agora em diante o cristianismo é reconhecido por todos com uma identidade própria e madura. Não é somente mais uma seita ao interno do judaísmo. O cristianismo tem consistência e personalidade próprias. Trata-se de uma nova realidade expressa por um nome novo: cristãos, cristianismo.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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