Sexta-feira da 7ª Semana da Páscoa
At 25,13b-21
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Paulo foi preso com falsas acusações. Os inimigos de Paulo não desistem de levantar falsas acusações a fim de matá-lo. As autoridades romanas reconhecem que não há motivos para manter Paulo preso nem de mover um processo contra ele. Mesmo assim a situação de Paulo não se resolve. Já há dois anos Paulo está privado de liberdade.
Na leitura de hoje o rei Agripa e sua companheira Berenice têm a oportunidade de, junto com tribuno Festo, constatarem, eles também, que não há motivos para manter Paulo preso. No entanto, nem o rei Agripa tampouco o tribuno Festo estão dispostos a fazer valer a lei e se indispor contra os inimigos de Paulo.
O comportamento de Paulo é exemplar: ao se defender, ele não perde a oportunidade de testemunhar aquilo pelo qual ele está disposto a morrer: Jesus é o Cristo e está vivo, por isso as pessoas podem ser salvas e ter a vida em plenitude. Para Paulo, Jesus não é somente um personagem do passado, mas está presente e dele todos podem ter a vida. Aquilo que para Festo é apenas um detalhe a mais na disputa entre os judeus, para Paulo é a verdade fundamental pela qual está disposto a sacrificar tudo, até a própria vida.
Eis o que Festo relata a Herodes: “Seus acusadores compareceram diante de Félix, mas não trouxeram nenhuma acusação de crimes de que eu pudesse suspeitar. Tinham somente certas questões sobre a sua própria religião e a respeito de um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo afirma estar vivo”. É brutal o contraste entre a atitude de Paulo e do tribuno em relação à ressurreição de Jesus.
A atitude de Paulo diante da autoridade é admirável. Além de estar disposto a sofrer punição se for culpado de algum delito, Paulo está disposto a morrer, inocente, por amor a Jesus. Paulo apela para a autoridade de César, pois, como cidadão romano, tem o direito de pedir que uma instância superior o julgue.
Mais do que um artifício jurídico, com o apelo ao imperador romano, Paulo está querendo dizer: “acima da autoridade do tribuno está a lei, e se ele não a respeita, mantendo-o preso, é preciso apelar para quem está acima dele que é o imperador”. Se Festo não tem coragem de fazer valer a lei, Paulo é obrigado a apelar ao Imperador a fim de que este siga a lei.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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