Sexta-feira da 32ª semana do TC
Sb 13,1-9
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O livro da Sabedoria distingue três formas de idolatria. 1. A idolatria que consiste em prestar culto às forças da natureza; 2. A adoração das imagens e das estátuas (13,10-15,13) e 3. a idolatria universal (15,14-19). A leitura que acabamos de ouvir fala do primeiro tipo de idolatria.
A idolatria é primeiramente trocar o Criador pelas criaturas. Os idólatras não souberam descobrir nas criaturas as marcas do Criador. Em vez de se elevarem das criaturas ao Criador, os idólatras se fixaram insensatamente nas obras do Criador. “São insensatos todos os que ignoram Deus, os que partindo dos bens visíveis, não foram capazes de conhecer aquele que é; nem tampouco, pela consideração das obras, chegaram a conhecer o Artífice”.
O erro dos idólatras consiste em ter se detido na beleza das criaturas não terem sabido elevar-se até a fonte da beleza, nem terem caído na conta da distância e da superioridade que há entre as criaturas e o seu autor.
Aqueles que divinizam as criaturas tem ao menos o atenuante de terem buscado a Deus. infelizmente nessa busca de Deus, os idólatras ficaram presos às coisas e não se elevaram até ao criador das coisas. “Com efeito, vivendo entre as obras dele, põem-se a procura-lo, mas deixam-se seduzir pela aparência, pois é belo aquilo que se vê!”
Mesmo assim, os idólatras não têm desculpa. Pois se demonstram tanta inteligência e dedicação no estudo da natureza, não usaram tal inteligência e dedicação para descobrir a existência de Deus presente na natureza. “Mesmo assim, nem a estes se pode perdoar: porque se chegaram a tão vasta ciência, a ponto de investigarem o universo, como é que não encontraram mais facilmente o seu Senhor?”
Com efeito, o ser humano e a civilização atual conquistaram um conhecimento admirável das coisas e do universo. Com sua inteligência e criatividade, a ciência é capaz de atingir os confins do Cosmos. Infelizmente o mesmo progresso não parece ser acompanhado de um aumento na sabedoria e na obediência a Deus. Cada vez mais o saber humano se especializa: sabe cada vez mais de nada; conhece cada vez mais de coisas pequenas e cada vez menos de coisas grandes. Pergunte a você mesmo: a que serve tanto progresso tecnológico? Para tornar a terra mais bela, preservada e hospitaleira? Para fazer com que os povos vivam mais em harmonia e em paz? Ou o conhecimento é usado para fazer armamentos? Para manipular as consciências? Para subjugar as massas? Para devastar e destruir a natureza e a humanidade?
Não pensemos que a idolatria seja um problema superado!
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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