Comentário ao Evangelho – Sexta-feira da 2ª Semana do TC – 20.01.2023

Sexta-feira da 2ª Semana do TC

Hb 8,6-13

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A leitura de hoje, depois de ter exposto o tema do sacerdócio de Jesus, passa agora para o tema da Nova Aliança. Com efeito, o novo e excepcional sacerdócio de Jesus fez que surgissem a Nova Aliança e a Nova Lei. Isso já tinha sido profetizado no AT, e por isso, São Paulo faz uma longa citação de Jr 31,31-34.

Dias virão em que concluirei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma Nova Aliança. Não como a aliança que eu fiz com os seus pais”. A primeira aliança foi uma aliança que permaneceu extrínseca às pessoas. Deus tinha dado a lei, e as condição da aliança era a sua observância fiel à lei. Os hebreus veneravam a Lei, mas poucos a observavam de verdade. Sendo, porém, externa a lei tinha se tornado um obstáculo para muitos exatamente porque, quando uma lei é imposta a partir de fora, a primeira reação do ser humano é de rebelião. A lei se tornou assim um jugo insuportável, porque quando exigências são impostas a partir de fora, uma verdadeira relação pessoal e cordial se torna impossível. Por isso, o profeta anuncia uma nova aliança que iria substituir a antiga aliança.

A nova aliança, por sua vez, fundamenta as relações entre Deus e a humanidade numa base completamente diferente. Não se trata de uma nova ética, pois os preceitos divinos são imutáveis. O que é novo é a base sobre a qual se fundamenta as relações entre Deus e seu povo. Trata-se de uma base interna e transformante do ser humano. Trata-se de um princípio pelo qual se alcança uma verdadeira união com Deus. A nova aliança não é simplesmente normativa a partir de fora, mas é uma potência transformadora e impulsionadora da força necessária para que a pessoa possa fazer o que agrada a Deus.

A nova aliança é, portanto, uma força de intimidade e amizade, graça a qual o ser humano é capaz de relações verdadeiras e cordiais com Deus e com as outras pessoas.

O que descrevemos de maneira abstrata, Jeremias e São Paulo descreve de maneira concreta: “Colocarei minhas leis na sua mente e as gravarei no seu coração, e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Ninguém mais ensinará o seu próximo, dizendo: Conhece o Senhor! Porque todos me conhecerão”.

Ter as leis na mente, escritas no coração… todos me conhecerão: trata-se de um conhecimento pessoal, íntimo, não imposto por um ensinamento, mas dito ao coração. Essa é a aliança instituída por Cristo com o seu sacrifício da cruz. É o próprio Jesus que entra em nosso coração e nos transforma profunda e interiormente. A nossa lei é Cristo. Ele é a nossa potência interior que nos dá a força para fazer em tudo a vontade do Pai. Cristo nos uniu definitivamente com Deus e realizou uma profunda união entre nós.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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