Comentário ao Evangelho – Sexta-feira da 1ª Semana do TC – 13.01.2023

Sexta-feira da 1ª Semana do TC

Hb 4,1-5.11

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A leitura de hoje é uma exortação e uma advertência. Exortação para entrar no repouso e advertência para não sermos excluídos do repouso: “Irmãos, tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás”.

O fim da vida cristã não é a luta, mas o repouso. O objetivo de nossa luta é o repouso. Que repouso é esse?

Para entender bem esse repouso é preciso recordar o que narra o livro do Gênesis: “Deus repousou no sétimo dia de todas as suas obras”. Segundo o Gênesis, Deus repousou no sétimo dia não porque estivesse esgotado. Ele descansa porque concluiu a obra da criação do céu e da terra. Assim entrar no repouso de Deus é fazer a experiência da plenitude de ter concluído a boa obra. O descanso em Deus é a participação na vida de Deus. Assim, o repouso prometido por Deus aos israelitas no deserto não era meramente a posse da terra prometida, mas a comunhão de vida com Deus. Aos cristãos esse repouso é prometido sempre de novo.

Para chegar ao repouso de Deus é preciso, porém, a fé. Foi isso que faltou aos israelitas no deserto. Não basta escutar a palavra, é necessário pô-la em prática. Com efeito, “quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como um insensato, que construiu sua casa sobre a areia” (Mt 7,26).

O verdadeiro descanso é incompatível com a preguiça. O preguiçoso trabalha de má vontade para, depois, se aborrecer no tempo livre. Ele é incapaz de aproveitar a vida e de dar a si mesmo um descanso autêntico porque incapaz de realizar a boa obra.

O verdadeiro descanso está ligado ao trabalho. Para trabalhar bem é preciso descansar bem. Mas o inverso é também verdadeiro: para descansar bem é preciso ter trabalhado bem. Sem trabalhar bem, sem concluir “a boa obra” não há verdadeiro descanso. Deus descansou no sétimo dia não porque necessitasse de repor as energias gastas. Ele descansou porque completou a obra da criação do céu e da terra; porque realizou “a obra muito boa” da criação da humanidade.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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