Sexta-feira 34ª Semana TC
Ap 20,1-4.11-21,2
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O Apocalipse fala hoje do julgamento final e da nova criação que Deus realiza depois da dissolução do mundo atual: “Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido”.
Essa visão maravilhosa é precedida de uma descrição há nossa história: ela é ambígua, nela se encontra o bem e o mal, o trigo e o joio. Eles coexistem até o fim dos séculos. O mal presenta na história da humanidade não triunfa, por mais aparente que seja o desenlace da história. Na história Satanás age e desencadeia um enorme esforço, mas a sua colheita é bastante mesquinha: invadiu o átrio do templo, mas não penetrou no Santo dos Santos; atacou Jerusalém, mas não pôde impedir que as testemunhas evangelizassem e ressurgissem depois de terem sido martirizadas. Satanás fracassou no seu ataque ao Filho de Deus e não conseguiu tragar o povo de Deus; ele enviou as suas duas criaturas, as bestas, ganhou o mundo e venceu exteriormente os cristãos, mas venceu a fé deles. Por mais que a influência do mal e de Satanás impere no ritmo da história, a influência do bem será maior e triunfará até chegar o fim de tudo.
A descrição do momento final é de uma grande sobriedade. Na visão aparece de repente o Trono divino. Não há brilho de pedras preciosas, do arco íris, nem o cântico da corte angelical celeste. Só a cor branca do Grande Trono exprime a glória e a luz. Na presença de Deus, parece que o céu e a terra tinham desaparecido.
A visão do Apocalipse nos ensina que para os cristãos o mundo futuro já começou com a morte e a ressurreição de Cristo. A nova Jerusalém é já uma realidade presente, mesmo que a sua plena manifestação ainda esteja por acontecer. O que nós já somos ainda não se manifestou, mas estamos já no esplendor da nova Jerusalém. Deus nos dá essa graça; Ele a dá a Igreja, que é, para além de suas fraquezas, uma atualização concreta da nova Jerusalém.
Nós também podemos ser uma nova Jerusalém: se recebemos o dom de Deus e nos deixamos transformar em novas criaturas, a nova Jerusalém, de alguma forma, se faz presente em nossa pessoa.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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