Sexta-feira da 26ª semana TC
Jó 38,1.12-21; 40, 3-5
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Diante do problema do mal e da injustiça presentes no mundo, nós sentimos a tentação de se revoltar contra Deus. Jó, sofrendo uma tremenda provação, interroga apaixonadamente Deus: “Por que escondes tua face e me consideras teu inimigo? Ages duramente contra uma folha levada pelo vento, e persegues uma palha ressequida? Pois proferes contra mim sentenças amargas e me obrigas a assumir os pecados de minha juventude” (13,24-26).
Nos capítulos finais do Livro de Jó, Deus lhe responde e faz com que ele caia na conta de que seu conhecimento é muito limitado, que ele não pode pretender encontrar uma solução para o drama do mal e do sofrimento do inocente. Com efeito, Deus lhe pergunta: “Alguma vez na vida deste ordem à manhã, ou indicaste à aurora o seu lugar? Chegaste perto das nascentes do Mar, ou viste os portais das Sombras?”
Tantas coisas permanecem misteriosas para nós. A ciência moderna resolveu muitas questões, descobriu coisas maravilhosas, mas a cada avanço a ciência suscita muitas outras questões ainda. Assim as fronteiras do desconhecido avançam ao mesmo tempo que se alargam. Os cientistas não responderam ainda os interrogativos mais profundos. O ser humano, se for sincero, deve reconhecer que não sabe responder à coisas mais importantes da vida. Ele conhece os detalhes, mas não consegue entender o conjunto das coisas e dos problemas. A constatação é de que a cada vez conhecemos mais das coisas pequenas e cada vez menos das grandes.
Por isso, é preciso que sejamos humildes diante de Deus. Jó depois de ter escutado o Senhor, reconheceu humildemente. “Jó respondeu ao Senhor, dizendo: Fui precipitado. Que posso te responder? Porei minha mão sobre a boca. Falei uma vez, não replicarei; uma vez, mas não falarei mais”.
O ensinamento mais precioso da leitura de hoje é: importa estar sempre com Deus, atravessar o vale das lágrimas segurando a mão de Deus. É dessa maneira que chegaremos à luz pascal de Cristo, que supera os sofrimentos e todas as injustiças pelo caminho da ressurreição e da vitória do amor. A resposta ao sofrimento do inocente não está nas elucubrações teóricas, mas na superabundância do amor divino.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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