Comentário ao Evangelho – Sexta-feira 29/01/2021

Sexta-feira da 3ª. Semana do TC

Mc 4, 26-34

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Duas parábolas curtas: a da semente que germina e cresce sozinha e a do grão de mostarda.

A parábola da semente lançada na terra mostra que o ser humano trabalha o terreno do plantio, mas ele não pode dar vitalidade à semente. Foi o criador que inseriu no interior da semente a vitalidade de germinar e de crescer por si só. Mais ainda: essa vitalidade, que o homem não pode dar à semente, tem seu ritmo próprio. Isso significa que o Criador não só pôs vida dentro da semente, mas que continua agindo a fim de que essa vitalidade se desdobre e se desenvolva segundo um ritmo que não pode ser forçado. Um agricultor que quisesse fazer a planta crescer mais rápido puxando as suas folhas para cima seria considerado tolo. O agricultor sabe que é preciso confiar na vitalidade da semente que cresce segundo seu ritmo. Assim é o cristão que se entrega a Deus e confia na sua ação providente. O Reino de Deus não pode ser forçado pela nossa pressa egoísta. Conforme diz São Paulo: “eu plantei, Apolo regou, mas é Deus quem faz crescer”.

O nosso esforço e a nossa dedicação não são inúteis, mas é preciso ter a humildade de reconhecer que não depende de nosso esforço e sim da ação de Deus. Essa humildade abre a porta do nosso coração para a confiança em Deus: se o crescimento do Reino depende da ação providente de Deus, sou convidado a esperar com alegria e paciência os frutos que Deus “concede a seus amigos enquanto dormem” (Sl 127,2).

A parábola do grão de mostarda continua a nos ensinar sobre o crescimento do Reino de Deus. Se a parábola da semente nos fala do ritmo de crescimento e de quem depende esse crescimento, a parábola da mostarda fala da desproporção entre o tamanho da semente e a planta em seu pleno desenvolvimento. O Reino tem início humilde, mas ele está destinado a crescer de maneira espantosa e que nós não temos como prever. O Reino começa como uma semente minúscula, quase como do tamanho de uma poeira; mas a sua plenitude é desproporcionalmente grande e universal.

É preciso seriedade em nossa dedicação e em nossos esforços de bem. É preciso humildade para reconhecer que a salvação nossa, dos outros e do mundo não depende de nosso ativismo, mesmo que os esforços sejam importantes. É preciso confiar na ação salvadora de Deus: é ela que nos salva e salva o mundo. É preciso se abrir à grande esperança: mesmo que o início seja pequeno, anônimo, quase imperceptível, o Reino crescerá qual árvore frondosa que acolhe os pássaros do céu.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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