Comentário ao Evangelho – Sexta-feira 26/08/2022

6ª feira da 21ª semana TC

1Cor 1,17-25

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Paulo ressalta o contraste que há entre a sabedoria humana e a divina. Os gregos eram geralmente muito interessados em toda espécie de filosofia. Em Corinto esse interesse e curiosidade tinha provocado entre os cristãos uma divisão interna: os coríntios aderiam a diferentes pregadores do Evangelho escolhendo-os segundo a retórica mais ou menos convincente que tinham. Por isso, Paulo sente a necessidade de alertar contra a busca de uma sabedoria meramente humana: “Cristo enviou-me para pregar a boa-nova da salvação, sem me valer dos recursos da oratória, para não privar a cruz de Cristo da sua força própria”.

Contra esse recurso à oratória que esvazia a cruz de Cristo, Paulo contrapõe a loucura da cruz: “a pregação a respeito da cruz é uma insensatez para os que se perdem, mas para os que se salvam, para nós, ela é poder de Deus”.

Paulo descreve as duas orientações diversas da cultura helenista e da cultura hebraica: “os judeus pedem sinais milagrosos, os gregos procuram a sabedoria”. De fato, os judeus pediram a Jesus sinais prodigiosos como prova da sua autoridade. Os gregos, por sua vez, buscam o discurso bem feito, convincente e razoável. Como Deus responde a essas expectativas? Poderíamos pensar que Deus, na sua bondade, se adapte a esses desejos que ele mesmo inseriu no coração. No mistério de Cristo, porém, Deus rejeitou tanto uma expectativa quanto a outra. Os judeus pedem milagres? “nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus”. Escândalo porque a cruz é um sinal de fraqueza e não de poder. Um milagre manifesta o poder divino, a cruz, no entanto, parece manifestar a máxima fraqueza. Os gregos buscam a sabedoria? “nós pregamos Cristo crucificado, insensatez para os pagãos”. É verdade que pregar a fé em um homem que se deixou crucificar parece em nada racional. E, no entanto, essa loucura e essa fraqueza são a verdadeira manifestação do poder e da sabedoria de Deus: “o que é dito insensatez de Deus é mais sábio do que os homens, e o que é dito fraqueza de Deus é mais forte do que os homens”.

A cruz é, de fato, manifestação mais potente e sábia do amor de Deus. Não é possível encontrar uma manifestação de amor que seja mais profunda e mais sublime do que a cruz de Cristo. Aceitar por amor as humilhações, os sofrimentos, a morte, é amor puro, forte e generoso. Não há amor maior.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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