Sexta-feira 18a semana TC
Dt 4,32-40
O Deuteronômio revela ao povo eleito o amor pessoal de Deus e indica o modo de permanecer neste amor.
Moisés insiste no fato de que Deus quis estreitar uma relação pessoal com Israel. Deus escolheu uma nação dentre todas as outras por meio de provas, sinais e prodígios. Os israelitas devem sempre recordar os fatos libertadores do êxodo como sinais do amor personalíssimo de Deus com o seu povo. Moisés recorda também o encontro pessoal acontecido no Sinai: “Do céu ele te fez ouvir sua voz para te instruir, e sobre a terra te fez ver o seu grande fogo; e do meio do fogo ouvistes suas palavras”.
Essa leitura é importante para que possamos compreender o que a vinda de Cristo significa para nós. Com a vinda de Cristo, esse aspecto pessoal da relação com Deus se tornou ainda mais evidente, forte e íntima. Em vez de ouvir o trovão do Sinai que ressoa a voz de Deus, temos um contato pessoal com o Filho de Deus feito homem, feito nosso irmão. O seu amor por nós se manifestou de modo ainda mais generoso, não somente em sinais e prodígios, mas sofrendo e morrendo por nós pecadores.
Para permanecer neste amor, o que devemos fazer? Jesus nos diz de maneira clara: “se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo”. Devemos renunciar ao nosso egoísmo e fazer como Jesus: aceitar perder a vida, dar a vida pelos amigos, oferecer a vida em sacrifício a Deus. Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la. Quem perder a sua vida por causa de Jesus vai ganhá-la.
Perder a vida para ter a vida. Esse paradoxo de Jesus nos revela qual deve ser a orientação fundamental da nossa vida. Deus nos criou para a felicidade e para o amor. Há, porém, na nossa condição atual, como que uma contradição entre felicidade e amor. Quem busca diretamente a felicidade vive no egoísmo e se distancia do amor. Quem quer viver no amor deve renunciar a busca da felicidade própria.
Muitas pessoas vivem uma situação ambígua: querem amar, mas, na realidade, buscam sobretudo a própria felicidade. Quantos dramas são provocados por essa ambiguidade.
Jesus não nos ilude. Ele afirma claramente que, se desejamos encontrar a felicidade, devemos renunciar à sua busca e procurar crescer no amor. Seguindo o caminho de Cristo, devemos perder a vida generosamente por sua causa para encontrar a verdadeira felicidade.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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