Comentário ao Evangelho – Segunda-feira da Terceira Semana da Páscoa – 24.04.2023

Segunda-feira da Terceira Semana da Páscoa

At 6,8-15

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Até o capítulo 6 do livro dos Atos dos Apóstolos, temos a impressão de que somente os apóstolos atuavam em nome de Jesus. Os apóstolos, de fato, polarizam toda a atenção do livro dos Atos. A partir do capítulo 6, porém, o centro de interesse se desloca dos apóstolos para o grupo dos sete diáconos, mais exatamente para Estêvão. O diácono Estêvão tem as mesmas características dos apóstolos: ele prega, realiza milagres, está cheio do Espírito Santo.

A sua pregação provoca um conflito com a Sinagoga dos Libertos. Os Libertos representam, por assim dizer, a tendência mais liberal e progressista do judaísmo. Mesmo para essa parcela mais aberta do judaísmo, a pregação de Estêvão é considerada excessivamente perigosa. Por isso, ele é denunciado e levado ao Sinédrio.

Deve-se notar que o mesmo esquema da acusação e da condenação de Jesus se repete com Estêvão. Com efeito, o protomártir segue de perto os passos do Mestre. Tanto no processo contra Jesus como contra Estêvão, se faz recurso a falsas testemunhas compradas. A mesma atitude hostil dos chefes religiosos manipula a multidão contra Jesus e contra Estêvão. Tanto Jesus quanto Estêvão são acusados de blasfêmia contra a Lei e o Templo. Os dois são levados ao mesmo tribunal do Sinédrio, no qual ambos são condenados pelos mesmos motivos.

A resposta de Estêvão inicialmente não é dada por palavras, mas pelo seu rosto: “todos os que estavam sentados no Sinédrio tinham os olhos fixos em Estêvão, e viram seu rosto como o rosto de um anjo”. Todos olharam para Estêvão provavelmente com olhar perscrutador que espera uma resposta às acusações feitas. Todos certamente voltaram um olhar cheio de raiva e de desaprovação contra aquele que tinha ousado a ameaçar aquilo que eles consideravam o mais sagrado.

A esses olhares de raiva e de ira, Estêvão responde com o seu rosto angélico: eles viram seu rosto como o rosto de um anjo. Antes de dizer qualquer palavra, antes de proferir sua defesa, Estevão se revela em sua verdade que resplandece em seu rosto.

Seja Santo Estevão nosso modelo: resplandecer em nosso rosto o esplendor do Evangelho. Que nosso rosto resplandeça a luz de Cristo.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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