Segunda-feira da 9a semana TC
Tb 1,3;2,1-8
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Iniciamos a leitura do livro de Tobias.
Tobit tinha sido deportado para a Assíria com sua esposa e filho. Mesmo no exílio, Tobit testemunha que continuou sendo fiel a Deus. Deus estava presente na sua vida, apesar de todos os sinais da presença de Deus não existirem mais: no exílio não havia nem templo nem culto. Embora faltassem esses dois elementos fundamentais da religião, Tobit se manteve um fiel piedoso praticando as outras obras de religião: a solidariedade com os seu compatriotas, a esmola e o sepultamento dos mortos. E foi exatamente por dar sepultura às pessoas morta pelo rei Senaqueribe que Tobit sofreu a perseguição, a separação de sua mulher e filho e o confisco de todos os seus bens.
Essa provação, porém, passou e Tobit pode receber de volta a mulher e o filho e todos os seus bens. Na festa das semanas (Pentecostes do AT), Tobit tem a ocasião para festejar. Foi-lhe preparada uma refeição abundante e festiva, mas antes de tomar alimento, Tobit pede a seu filho que vá buscar um pobre para partilhar a mesa com eles. O filho retorna, informando que tinha encontrado um cadáver de um compatriota que estava abandonado na praça pública.
Imediatamente Tobit interrompe a festa, se levanta da mesa e vai buscar o cadáver para lhe dar uma sepultura digna. A festa se transforma assim em luto: Tobit faz luto por um desconhecido e cumpre uma obra de misericórdia. Mas é criticado pelos seus vizinhos: “Esse homem ainda não tem medo! Já foi procurado, por esse motivo, para ser morto. Teve de fugir, e agora de novo anda sepultando os mortos”.
Por que sepultar os mortos é uma obra de misericórdia?
Sepultar os mortos é uma obra de misericórdia primeira e fundamentalmente porque Jesus também foi sepultado e do sepulcro ressuscitou. Ao dar sepultura digna aos nossos falecidos, nós identificamos que Jesus está presente no irmão não só em vida, mas também quando morto. A morte não destrói os laços que nos unem a Cristo.
Além disso, cuidamos para que todos sejam dignamente sepultados porque temos a fundada esperança de que todos os que jazem nos sepulcros serão ressuscitados por meio de Cristo.
Esta obra de misericórdia inclui a oração e o acompanhamento das pessoas gravemente doentes e envolve a nossa presença no velório. Ao sepultar os mortos, o cristão faz isso em nome e união com toda a Igreja, que, como boa mãe, trouxe sacramentalmente no seu seio o cristão durante a sua peregrinação terrena. A Igreja acompanha o seu filho até o termo da sua caminhada para o entregar “nas mãos do Pai”. Ela oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça, e, com esperança, depõe na terra a semente do corpo que há de ressuscitar na glória (CatIgCat 1683).
É preciso que os pobres e indigentes tenham digna sepultura. Infelizmente é lamentável o estado de abandono e de descuido das áreas destinadas à sepultura deles. Os cristãos tratam com afeto os irmãos em vida e também depois de mortos.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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