Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 28/02/2022

Segunda-feira da 8ª Semana TC

1Pd 1,3-9

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O início da 1Pd desperta em nós uma “esperança viva”, nos dá uma compreensão belíssima da vida cristã como uma resposta ao dom de Deus realizado pela ressurreição de Cristo. Vale a pena meditar mais vezes esse hino de louvor que abre a carta de Pedro, pois nós pensamos muito pouco na vida eterna. Nós estamos muito preocupados e ocupados com as coisas deste mundo, e podemos nos esquecer da herança que nos está reservada em Deus.

O louvor é reação ante o fato fundamental cristão: a ressurreição de Cristo e o nosso novo nascimento que dela decorre nos faz cair na conta de que Deus se antecipa a todos os nossos esforços. Na verdade, o nosso empenho e nossos esforços são sempre resposta e reação ao dom que Deus nos oferece na ressurreição de Cristo.

Que dom é esse? É o nosso novo nascimento. Pela ressurreição fomos gerados por Deus para a vida nova do Ressuscitado. Abriu-se para nós um novo horizonte: a vida não se limita a esta vida terrena, mas se abre para a eternidade de Deus. Dessa forma, a ressurreição de Cristo nos deu a cidadania na nova pátria do céu.

Como a criança que não interfere em nada nem sequer assistiu à sua gestação e nascimento, assim o cristão é gerado neste novo nascimento. Por meio da vinda de Cristo, o cristão foi elevado acima da própria pequenez; foi elevado acima do que é terreno.

Esse novo nascimento nos dá acesso a uma esperança viva. A nossa vida está edificada sobre a esperança que se eleva acima das realidades terrenas. A esperança põe diante de nós uma herança incorruptível. O povo do Antigo Testamento recebeu a herança da terra prometida, mas essa herança consistia em uma terra alheia, exposta à invasão, ameaçada pelos povos vizinhos e perdida realmente perdida para os impérios dominadores. A herança dos cristãos, ao contrário está reservada e guardada no céu. É segura e não terá fim.

O cristão não deve duvidar da certeza dessa herança guardada no céu. Assim o cristão tem vários motivos para a alegria verdadeira.

O primeiro motivo de alegria cristã é de que a alegria futura como que invade a vida presente. Uma vez que a plenitude da alegria é certa, os sofrimentos e as dificuldades do presente não têm o poder de diminui-la nem de destruí-la. A tribulações presentes se tornam assim um meio de purificação.

Outro motivo de alegria cristã é o fato de crer em Jesus Cristo sem o termos visto. A união pessoal com Cristo não é impedida pelos limites do tempo e do espaço.

O último motivo é a certeza de alcançar a salvação da alma. Alma entendida aqui como o eu total e integral.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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