Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 21/09/2020

São Mateus, festa

Mt 9, 9-13

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A festa de hoje nos ensina muitas coisas. Jesus não somente perdoa pecados; Ele transforma o pecador. Esta é a obra maravilhosa da misericórdia de Deus: com apenas uma palavra, Jesus faz do pecador um discípulo, que depois será apóstolo e evangelista.

O sistema de arrecadação de impostos funcionava através de intermediários a serviço dos romanos e do governador regional. Hoje nós falaríamos de “serviço terceirizado” ou de “concessão”. Tal sistema se prestava a abusos de todo tipo, favorecia e tornava odiosos os cobradores de impostos, tanto que eles eram considerados pecadores públicos.

O chamado de Jesus salvou Mateus da escravidão do pecado, do roubo e da extorsão. Mateus deixa de ser escravo do dinheiro para receber, com o chamado de Jesus, a liberdade do seguimento. Ele deixou tudo para seguir Jesus.

Mateus deixou uma vida feita de roubo, extorsão, abuso de poder para uma vida nova em companhia de Jesus. De Jesus, ele aprendeu não somente a ser justo, mas também a ser misericordioso com os outros. Aprendeu que os bens da criação são possuídos para que frutifiquem e sejam repartidos com os outros.

O sétimo mandamento prescreve: “não roubar”!

Isso significa, que reter deliberadamente bens emprestados ou objetos perdidos; cometer fraude no comércio; pagar salários injustos; subir os preços especulando com a ignorância ou a necessidade dos outros é moralmente condenável e imoral.

São também moralmente ilícitos: a especulação pela qual se manobra para avaliar artificialmente os bens, para daí tirar vantagem em prejuízo dos outros; a corrupção, pela qual se compra o julgamento daqueles que devem tomar decisões segundo o direito; a apropriação e o uso privado de bens sociais de uma empresa; os trabalhos mal executados, a fraude fiscal, a falsificação de cheques e faturas, as despesas excessivas, o desperdício.

É preciso respeitar a criação de Deus.

Os animais, tal como as plantas e os seres inanimados, são naturalmente destinados ao bem comum da humanidade, passada, presente e futura. O domínio concedido pelo Criador ao homem sobre os seres inanimados e os outros seres vivos, não é absoluto, mas regulado pela preocupação da qualidade de vida do próximo, inclusive das gerações futuras; exige um respeito religioso pela integridade da criação.

É contrário à dignidade humana fazer sofrer inutilmente os animais e dispor indiscriminadamente das suas vidas. Por outro lado, é igualmente indigno gastar com eles somas que deveriam, prioritariamente, aliviar a miséria dos homens. Pode-se amar os animais, mas não deveria desviar-se para eles o afeto só devido às pessoas.

Um desenvolvimento tecnológico e econômico, que não deixa um mundo melhor e uma qualidade de vida integralmente superior, não pode ser considerado verdadeiro progresso.

A proteção ambiental não pode ser assegurada somente com base no cálculo financeiro de custos e benefícios. O ambiente é um dos bens que os mecanismos de mercado não estão aptos a defender ou a promover adequadamente.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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