Segunda Feira 19ª semana TC
Dt 10,12-22
A leitura nos fala claramente do poder de Deus. “Vosso Deus é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e terrível”. Quando as pessoas são poderosas, se tornam também prepotentes. Há um ditado conhecido que relaciona estreitamente poder e corrupção: o poder corrompe; o poder absoluto corrompe absolutamente. O poder de Deus, no entanto, é acompanhado de uma extrema delicadeza para com as pessoas e a justiça. Deus é “o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de pessoas nem aceita suborno”.
O Deus grande, poderoso e terrível não aceita suborno. Essa constatação dos Deuteronômio é preciosa para nós hoje que vivemos e sofremos com uma corrupção onipresente e capilar. Deus não tolera suborno. Ele busca o bem de todos. “Ele faz justiça ao órfão e à viúva, ama o estrangeiro e lhe dá alimento e roupa”.
Outra surpresa da leitura de hoje é que, entre tantas belas e afetuosas exortações há somente um preceito. É o mandamento de amar o estrangeiro: “Portanto, amai os estrangeiros, porque vós também fostes estrangeiros na terra do Egito”. Para fundamentar a exigência do amor para com o estrangeiro, Deus recorda a Israel a sua condição de estrangeiro no Egito: a recordação deve por o povo no lugar do outro. Fazendo assim, Deus ensina que não se deve amar somente a própria família, os amigos, os conhecidos, mas estar aberto ao estrangeiro e ao desconhecido. Se desejamos ser perfeitos no amor com Deus é perfeito, é preciso ter o coração aberto ao outro e amar o outro como a si mesmo.
A leitura nos ensina, por fim, que o mandamento de Deus não é arbitrário nem desprovido de fundamento. Antes de ser legislador, Deus é salvador. O seu mandamento e sua segunda palavra salvadora para o povo que Ele salva.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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