Segunda-feira da 28a Semana TC
Lc 11, 29-32
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Diante do silêncio de Deus, reagimos pedindo que ele nos mostre a sua vontade, que nos dê um sinal. É sobre esse tema do sinal de Deus, que nos fala o texto de hoje.
Jesus se recusa a dar o sinal que as multidões lhe pedem. As multidões querem certezas, querem que Deus demonstre a sua presença, sobretudo através de acontecimentos extraordinários, por exemplo, a libertação total da miséria, a prosperidade econômica, a vinda de um reino de poder, etc.
Jesus, porém, se recusa a oferecer tais sinais. Todo o evangelho está atravessado por essa recusa. Jesus nunca cedeu à tentação de fazer milagres para manipular consciências ou para impor sua vontade. Os milagres de Jesus sempre tiveram o objetivo de fazer o bem ao necessitado, sempre o envolveu pessoalmente na cura, sempre foi um assumir a dor do outro como própria.
A diferença do cristianismo de muitas outras religiões consiste exatamente nisso. Muitos continuam esperando que Deus inicie um mundo novo depois de ter destruído o antigo. Os cristãos, por sua vez, descobriram que a presença de Deus se manifesta em Jesus. Em Jesus, o mundo velho acabou e começou uma nova realidade.
Por isso a recusa de dar um sinal implica que o sinal dado por Deus é Jesus.
O sinal de Jonas é o sinal de Jesus, morto e sepultado na terra por três dias e depois ressuscitado. Deus deu o sinal, e esse sinal é Jesus. Não é um sinal de aparência exterior, mas é um sinal pessoal de presença e de companhia.
Esse sinal de Jesus nos revela que nós também devemos nos tornar sinais. Tantas pessoas, por causa de sua união com Cristo, são sinal de Deus para nós. É o caso dos santos.
A missão não é propaganda. Somos missionários na medida em que somos sinais de Jesus para os outros. Missão não consiste em divulgar uma mensagem, mas é questão de testemunho pessoal.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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