Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 09/08/2021

Segunda Feira 19ª semana TC

Mt 17, 22-27

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Jesus frequentou a companhia de pecadores públicos e de cobradores de impostos. De fato, ele veio para os doentes e não para os que têm saúde. Isso não significa dizer que os publicanos não coloquem Jesus em dificuldades. A pergunta dos cobradores de impostos a Pedro põe o problema: “o vosso mestre não paga o imposto do Templo?”.

A resposta de Jesus é clara: se o templo de Deus é a casa de Deus, o seu Filho não deve pagar tributo. Desta isenção participam também os outros filhos. Importante não perder esse detalhe. A consciência de Jesus se manifesta com toda a sua simplicidade e força: Ele revela a sua consciência de ser Filho, e de que Deus é o seu Pai! O modo como Jesus vive, prega e reza não é a do homem diante de Deus. É a do Filho perante o Pai. Evidentemente todos nós professamos que Jesus é homem e Deus. Mas aqui, na sua resposta, se manifesta a consciência que Jesus tem de si mesmo. Ele é o filho, e por isso ele goza da liberdade do filho. Diante do Pai, Jesus é livre.

Esse é, de fato, a grande riqueza e a belíssima condição dos filhos, a de serem livres. A liberdade sempre foi o valor central do cristianismo. Nada mais belo, desejável do que a liberdade dos filhos de Deus. É ela que nos torna semelhantes a Deus.

Prestemos atenção: trata-se da liberdade filial. Liberdade filial é ao mesmo tempo estar livre de todos os tributos, mas ao mesmo tempo e, por força da própria liberdade, estar obrigado aos “deveres” da relação filial com o Pai e da relação de fraternidade com os outros, com os que estão próximos e com os que estão distantes.

É por isso que Jesus, exatamente por se sentir livre, toma a decisão de mandar Pedro buscar um meio de pagar o imposto do Templo. Jesus não tem a obrigação de pagar nenhum tributo. O único tributo é o da relação filial e o da relação fraterna. Mas por meio de um milagre, ele paga o tributo para ele e para Pedro a fim de não escandalizar as pessoas.

Não escandalizar os outros… como é bonita essa liberdade de Jesus. Ele renuncia até à sua própria isenção do imposto – cobrado dos estrangeiros e dos não filhos – para não escandalizar os irmãos. Essa atitude de Jesus não é algo pontual na sua vida. Jesus não fez isso somente nessa ocasião. Ele é o Filho de Deus que se fez Filho do Homem, nasceu sujeito a Lei para libertar os que estavam sujeitos a Lei. Nunca usou do seu poder para proveito pessoal. Nunca se serviu de sua liberdade para causar dano nos outros.

A liberdade de Jesus é a liberdade filial e fraternal. Para não escandalizar Jesus se sente livre para pagar o imposto que os outros devem pagar. Ele é livre para amar: renuncia ao seu direito legítimo para não ferir ou prejudicar os direitos dos outros. A verdadeira liberdade é, de fato, liberdade para amar: é a liberdade de edificar o outro e não de vencê-lo nem de derrubá-lo.

Sempre somos tentados nesse sentido: viver a própria liberdade sem respeitar o bem dos outros. Mas o critério do evangelho nunca foi o da minha vantagem e do meu privilégio! É sempre o bem do outro. O bem do outros está acima do meu pessoal. Essa é a liberdade da caridade, a liberdade de amar, a liberdade filial e fraternal. A liberdade cristã não é a observância da lei, nem a liberdade de transgredir a lei. A liberdade cristã é a liberdade de amar o irmão. Nada mais exigente, laborioso, sublime do que amar. Nada mais livre, mais alegre do que amar!

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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