Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 08/08/2022

Segunda Feira 19ª semana TC

Ez 1,2-5.24-28c

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Iniciamos a leitura do Livro do Profeta Ezequiel. O livro de Ezequiel contém muitas visões impressionantes. A primeira visão, descrita na leitura de hoje, é aquela na qual o profeta a sua vocação. O chamado do profeta Ezequiel está ligado a uma forte experiência de Deus. Ezequiel está no exílio e Deus não lhe aparece no templo, mas em terra estrangeira: essa é uma novidade para a mentalidade hebraica. A presença de Deus não está ligada a um lugar consagrado, à terra santa.

A visão de Ezequiel é dinâmica: “eu vi que um vento impetuoso vinha do norte, uma grande nuvem envolta em claridade e relâmpagos; no meio brilhava algo como se fosse ouro incandescente”. O vento impetuoso é um fenômeno tremendamente dinâmico. E no esplendor do ouro incandescente, Ezequiel vê quatro seres vivos. “Quando os quatro seres vivos se moviam, o seu ruído era como o barulho de um acampamento; quando paravam, eles deixavam pender as asas”.

A sofrida experiência do exílio não trouxe consigo somente tribulações, sofrimentos e privações, mas também graças espirituais e de modo especial uma revelação mais profunda de Deus. Os hebreus pensavam que Deus fosse uma divindade que pertencia à Terra Santa, que não se movia, que não seria acessível em outros lugares. O Exílio proporcionou ao povo uma experiência dinâmica de Deus: Deus pode ser encontrado em toda a terra. Ele não é um Deus local e circunscrito a uma terra. Dele é toda a terra, e em todas as partes ele pode se manifestar.

Mais do isso. Deus se revelou como Deus universal que deseja a salvação de todos. O universalismo de Deus reclama o universalismo da salvação. Dessa maneira, o universalismo da salvação de Deus se manifesta mais concreto e visível a partir do Exílio. Esse universalismo já tinha sido preparado na bênção prometida a todas as nações através de Abraão, mas, a partir do Exílio a salvação universal se manifesta de maneira muito mais clara e explícita.

A leitura de hoje, portanto, nos ensina que nas provas nós podemos receber graças ainda mais abundantes e superiores às anteriores. Por isso, devemos acolher as provações com esperança e fé. Viver os sofrimentos em união com Cristo, produz em nós uma grande confiança em Deus, um vínculo mais íntimo com Ele e uma maior abertura do coração aos outros. Quem recebeu as graças do Senhor no sofrimento é tomado de uma grande compaixão pelas pessoas que sofrem, e deseja também a elas as mesmas graças.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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