Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 05/10/2020

Segunda-feira da 27a Semana TC

Lc 10, 25

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No nosso mundo existem muitos especialistas na ciência da felicidade. Prometem sucesso, realização pessoal e a felicidade que não ultrapassa o horizonte da vida terrena.

O doutor da lei pergunta: o que devo fazer para herdar a vida eterna? Mesmo que tenha se levantado para tentar Jesus, a pergunta do doutor da Lei se refere à felicidade que não se limita à vida mortal, mas que dura para a eternidade.

A resposta a essa pergunta não pode ser outra: amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo. Mas como colocar isso em prática? Essa é a pergunta do doutor da lei. Quem é o meu próximo?

Prestemos atenção num detalhe: o doutor da lei perguntou a Jesus: quem é o meu próximo? E Jesus inverte a pergunta, depois de ter contado a parábola do bom samaritano: quem foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos assaltantes?

Esse não é um detalhe banal. É de suma importância, porque demonstra que Jesus quer uma mudança radical de comportamento. O discípulo de Jesus não deve se perguntar quem é o próximo a quem deve amar, porque essa atitude leva a excluir pessoas do amor (a esse, que é meu próximo, devo amor; ao outro, que não é meu próximo, eu estou dispensado de amar).

A pergunta que o discípulo de Jesus faz é outra: quem são os necessitados de quem eu devo me aproximar. Quem são aqueles dos quais devo me aproximar?

A questão, portanto, não é a de saber quem é o próximo. A questão fundamental é identificar os que estão distantes, ou seja, quem são aqueles que ainda não amo bastante e que devo incluir no meu amor.

O importante não é desenvolver uma religião do culto, da moral, das prescrições legalistas. O importante é tornar próximas de Cristo as pessoas que encontramos. O importante é renunciar aos nossos programas para dar prioridade aos feridos que encontramos em nosso caminho. O importante é prestar socorro com aquilo que temos: o óleo da misericórdia e o vinho do amor.

O samaritano não é bom por si mesmo. É bom porque raciocina e se comporta como teria se comportado Jesus na mesma situação.

Faze isso e viverás. Quem assim fizer viverá a vida de Cristo. Ele foi quem se aproximou de nós quando éramos seus inimigos. Jesus não se apegou ciosamente à sua igualdade com Deus. Ele se esvaziou de si mesmo e assumiu a nossa condição. Ele se aproximou da humanidade caída à beira do caminho, caída no pecado e na rejeição de Deus. Faze isso e viverás!

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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