Comentário ao Evangelho – Segunda-feira 05/09/2022

2ªf. da 23ª semana TC

1Cor 5,1-8

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Sempre corremos o risco de nos iludir a nós mesmos. Os cristãos de Corinto se consideravam o ápice da perfeição e se orgulhavam disso. Por isso, Paulo, um pouco antes desta perícope, tinha escrito: “Vós já estais saciados! Já vos enriquecestes! Sem nós, já começastes a reinar! Nós somos loucos por causa de Cristo; vós, porém, sensatos em Cristo; nós somos fracos; vós, fortes; vós sois honrados; nós desprezados”. E eles não se dão conta no seu orgulho que toleram uma imoralidade sexual que não existe nem entre os gentios.

Trata-se de um caso de incesto. Um membro da comunidade cristã se uniu à mulher de seu pai. O fato de a comunidade tolerar isso está em flagrante contradição com a liberdade cristã. Por isso os coríntios não têm razão em se gabar de uma ilusória perfeição cristã. Pelo contrário, a presença desse pecado na comunidade é motivo de vergonha e pode arrastar outros ao pecado. É como o fermento na massa: esse pecado pode contaminar a comunidade inteira. “Vós estais cheios de arrogância, em vez de ficardes tristes. Não é bela a vossa vanglória! Não sabeis que um pouco de fermento leveda toda a massa?”.

O que fazer então. Paulo ordena que tal pecador seja excluído da assembleia litúrgica com uma finalidade medicinal. A pena da exclusão não é para destruir nem punir fisicamente o pecador, mas tem como finalidade fazer com que excluído da vida sacramental e espiritual sinta o vazio da plenitude religiosa que respirava na assembleia litúrgica, caia em si e tenha o desejo de mudar de vida e de retornar à plena comunhão sacramental.

Nesse sentido é preciso interpretar as palavras de Paulo: “entregamos esse indivíduo a Satanás, para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no dia do Senhor”. Entregar o pecador a Satanás para a destruição da carne não significa condená-lo ao inferno, mas purificá-lo do pecado (= destruir a carne) com a finalidade de que o pecador convertido (=espírito) seja salvo.

A Igreja, mesmo que tenha que punir, algum de seus filhos, sempre o faz para sua purificação e sua salvação.

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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