Comentário ao Evangelho – Sábado – Solenidade da Natividade de S. João Batista – 24.06.2023

Sábado – Solenidade da Natividade de S. João Batista

Lc 1,5-17

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A festa de hoje nos faz pensar no amor previdente do Senhor. Em outras palavras, nos faz cair na conta da importância da preparação que Deus faz para que recebamos os seus dons.

Um anjo anuncia a Zacarias que a sua mulher, estéril e já avançada em idade, lhe dará um filho que iria alegrar muitos com o seu nascimento. Deus preparou assim o nascimento do precursor. A surpreendente mudança do nome de Zacarias para João confirma que o que aconteceu foi obra divina. Com efeito, João significa “Deus realiza a graça”. O nome, portanto, indica a missão: João é enviado à frente do Senhor para lhe preparar os caminhos e para anunciar o “ano da graça”, ou seja, a vida de Jesus.

Assim Deus nos faz tomar consciência da importância da preparação. Como o terreno é preparado para acolher a semente, assim Deus prepara as pessoas e os corações para receber bem os seus dons. Deus não quer somente comunicar os seus dons, deseja que os dons sejam bem acolhidos, sejam de proveitos para nós e para a nossa salvação. É essa preparação divina que torna necessária a vigilância: precisamos estar sempre atentos para perceber a ação de Deus nos acontecimentos cotidianos e nos eventos históricos.

Jesus é mais importante do que João Batista: Ele é o Messias e João, o precursor. Mas sem a preparação de João (preparação que é João), teria sido muito difícil estarmos atentos para a vinda de Cristo. João é o último dos profetas do AT, é aquele que acreditou e apontou a presença do Messias: “Depois de mim, vem um outro que é mais forte do que eu”; “Eis o cordeiro de Deus”.

Por isso celebramos hoje a natividade de João Batista. É uma celebração festiva e alegre, sem deixar na sombra o fato que João Batista era um profeta austero que pregou a penitência com palavras pouco amáveis: “Raça de víboras! Produzi frutos dignos de conversão e não acrediteis que seja suficiente dizer: ‘Temos por pai Abraão!’

Por outro lado, a dor da penitência se transforma em alegria da purificação. De fato, todo sofrimento penitencial para o cristão tem uma finalidade bem precisa: toda penitência é um modo de preparação para a alegria do Evangelho. Quando esperamos uma pessoa amada, todo o trabalho de preparação de nossa casa não pesa, porque a alegria de receber a pessoa amada torna leve todo peso do esforço. Aprendamos, com João Batista, a assumir as penas da penitência como uma purificação. A purificação nos conduzirá a alegria da vinda do Senhor.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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