Comentário ao Evangelho – Sábado – Imaculado Coração de Maria – 17.06.2023

Sábado – Imaculado Coração de Maria

Lc 2,41-51

Clique para ouvir o Evangelho e seu comentário:

O coração de Jesus e o coração de Maria batem em uníssono. Recebem o amor do Pai e a ele respondem com amor total, se compadecem da miséria do mundo e a acolhem para superá-la no dom de si, na entrega total de si, no amor.

Entre Jesus e os seus pais ocorre uma ruptura. Entre pais e filhos acontece em determinado momento uma ruptura: vem um dia em que os filhos deixam de ser o prolongamento dos pais e seguem o seu próprio caminho na vida. É nesse momento que os pais devem assumir essa ruptura e aceitar esse distanciamento dos filhos para poder reencontrá-los como adultos.

Se isso acontece com os pais desta terra, com muito mais razão ainda entre os pais e Jesus. Nesse episódio do menino que permanece três dias desaparecido, ocorre uma ruptura cristológica: a presença de Deus em Jesus ultrapassa toda a compreensão humana, por isso, Maria e José se sentem ultrapassados pelo filho. Jesus é o filho deles, mas se revela como o Filho ocupado com as coisas do Pai. Jesus, submisso aos seus pais, se torna incompreensível para eles porque Ele tem um Pai que o chama e a quem obedece em tudo. Maria e José percebem que não são donos de Jesus, mesmo que este lhes seja submisso. Maria deve aceitar essa ruptura e esse distanciamento do Filho Jesus para poder reencontrá-lo como o Senhor ressuscitado.

Deus criou Adão e Eva com um coração imaculado, colocou-os no lugar mais ideal do universo – o Paraíso – e deu-lhes a maior de todas as graças: contemplar, já nesta vida, Deus face a face (Gn 2).

Apesar disso, Adão e Eva pecaram, maculando seus corações, e acabaram expulsos do Paraíso. Mas Deus continuou amando e realizou definitivamente a salvação com Maria: criou-a imaculada e colocou-a não no Paraíso, mas em nosso mundo decaído, e encheu-a de graças, mas sem privá-la das provações da vida humana (Lc 2,35).

O plano de Deus deu certo: o amor de Maria a Jesus conservou a pureza de seu coração como se estivesse no Paraíso.

Mas Deus não parou por aí e foi ainda mais ousado para conosco: em nossa condição pecadora, no meio do mundo decaído, sem privar-nos das tentações, Deus nos cumula das graças dos sacramentos e da fé da Igreja, na esperança de restaurar o nosso coração à semelhança dos corações de Jesus e Maria.

Que Deus faça o nosso coração semelhante ao deles!

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

Veja mais em: Biografia / Agenda do Arcebispo / Palavra do Pastor / Youtube / Redes Sociais

Compartilhe: