Comentário ao Evangelho – Sábado da 4ª Semana da Páscoa – 06.05.23

Sábado da 4ª Semana da Páscoa

At 13,44-52

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Os pregadores do Evangelho, Paulo e Barnabé, atraíram para o culto sinagogal do sábado uma multidão de pessoas. Quase toda a cidade de Antioquia da Psídia se reuniu na sinagoga. De fato, a notícia foi difundida e comentada pelas pessoas e no sábado quase toda a cidade quer escutar os novos pregadores e ouvir essa mensagem tão nova “sobre o Senhor”. Muitos dos que foram à Sinagoga eram prosélitos e pagãos o que deixou na minoria os judeus, que sentem inveja do sucesso dos recém-chegados, de seu novo ensinamento e temem perder o privilégio de povo escolhido.

Eles então se opõem a Paulo e Barnabé com argumentos e insultos. Eles não aceitam ter que partilhar com os pagãos a condição de Povo de Deus. Segundo a concepção deles, para participar da dignidade de Povo de Deus é preciso antes se tornar judeu. Eles se fecham no seu particularismo e rejeitam a mensagem universalista do Evangelho.

Paulo e Barnabé toma posição e a declaram abertamente: “era preciso anunciar a Palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que nos vamos dirigir aos pagãos”. Paulo e Barnabé reconhecem o privilégio dos judeus. De fato, Jesus se dirigiu exclusivamente aos judeus e ordenou que os discípulos fizessem o mesmo. Além disso, o povo judeu foi o depositário e herdeiros de todas as promessas do Antigo Testamento. Paulo e Barnabé não negam esse privilégio que infelizmente foi entendido pelos judeus como exclusivismo e particularismo. Paulo e Barnabé entendem o privilégio dos judeus de outra forma: como serviço e responsabilidade. O privilégio de ser Povo de Deus está a serviço da salvação de todos os povos.

Ao mesmo tempo, o que Paulo e Barnabé declaram no caso particular de Antioquia da Psidía se tornará em um programa para toda a atividade missionária deles: em cada cidade eles anunciarão o Evangelho primeiro aos judeus e, depois que ele for rejeitado, se dirigirão aos pagãos. Assim o anúncio do Evangelho será em parte motivado pela rejeição deste pelos judeus. Além da rejeição dos judeus, Paulo e Barnabé baseiam a decisão de se dirigir aos pagãos na Escritura que fala da luz das nações, mais exatamente em Isaías 49,6: “Eu te coloquei como luz para as nações, para que leves a salvação até os confins da terra”.

Com a decisão de Paulo e Barnabé, uma decisão não apenas provocada pela rejeição, mas certamente conduzida pela Espírito Santo, a Igreja chegou à convicção de que também os pagãos estão destinados para a vida eterna. Assim a separação entre o Evangelho e o Judaísmo se converteu em nosso favor e da nossa salvação.

O relato termina com uma observação positiva: os pagãos ficaram muito contentes ao saberem que também estavam destinados à vida eterna.

Alegremo-nos com o precioso dom do Evangelho da salvação que nos foi feito.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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