Comentário ao Evangelho – Sábado da 2ª Semana TC – 21.01.2023

Sábado da 2ª Semana TC

Hb 9,2-3.11-14

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Sempre que falamos de Antiga e Nova Aliança pode se insinuar em nós uma atitude de desprezo pela Antiga. Não é essa, porém, a atitude Paulo em relação Antiga Aliança. Pelo contrário, ele tem grande respeito e veneração pela Primeira Aliança. E não só isso, para descrever a grandeza e a superioridade da Nova Aliança, Paulo se apoia na Antiga. De fato, nós só poderemos compreender a grandeza e a sublimidade a Nova Aliança se entendermos em profundidade a Antiga.

A diferença fundamental entre as duas Alianças consiste em que a Antiga girava em torno de um santuário terreno; a Nova, por sua vez, se realiza no santuário celeste que não foi feito por mão humana.

Para que possamos tomar consciência da grandeza do novo templo e da nova aliança é preciso que recorramos ao antigo templo. O templo antigo era constituído de duas partes: “uma primeira tenda, chamado Santo, e, atrás da cortina, uma segunda tenda, chamada Santo dos Santos”. Tanto na primeira como na segunda tenda o acesso era restrito somente aos sacerdotes. A segunda tenda, o Santo dos Santos, era o lugar da presença de Deus, onde estava a arca da aliança, coberta com o propiciatório e com dois anjos que a cobriam com suas asas. No Santo dos Santos o acesso era ainda mais restrito: nele entrava somente o sumo-sacerdote uma vez por ano, no dia da expiação. Assim a própria configuração e organização do templo era mais um obstáculo do que um acesso do povo a Deus.

Em base a essa recordação do templo antigo, Paulo nos apresenta a redenção perfeita de Cristo. Jesus realizou aquilo que era impossível aos sacerdotes da antiga aliança. Ao ser glorificado, Jesus ressuscitado entrou no santuário celeste, atravessando a cortina que separava o “Santo” dos “Santo dos Santos”. Ele entrou no santuário celeste, não na cópia e sombra terrestre do templo antigo. Entrou uma vez para sempre e não precisa entrar todos os anos. Jesus não ofereceu sangue alheio, mas a sua própria vida, e seu sangue “purificou a nossa consciência das obras mortas para servirmos o Deus vivo”. Jesus não ofereceu coisas externas, mas a si mesmo em oblação perfeita a Deus. Ele nos mostrou a via da nova aliança: não devemos oferecer coisas externas, mas ofertas pessoais a Deus e aos outros.

O sangue de Cristo purifica a consciência para que nós possamos realmente ter comunhão verdadeira com Deus. De fato, a consciência fica purificada somente quando os pecados são perdoados. Foi o auto-oferecimento de Cristo, realizado através do Espírito eterno, que nos uniu a Deus definitivamente.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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