Comentário ao Evangelho – Sábado da 14a semana do TC – 15.07.2023

Sábado da 14a semana do TC

Gn 49,29-32; 50,15-26a

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A conclusão da história de José ilumina um problema que sempre nos atormenta: por que Deus permite que o ser humano faça tanto mal? Por que Deus permite tantos acontecimentos trágicos provocados pelo mal?

Ainda que devamos ser humildes e não pretender dar explicações que esgotem o mistério, a história de José pode nos ajudar e entender duas coisas fundamentais:

Deus respeita a liberdade das suas criaturas;

Deus permite o mal, não o provoca, porque pode fazer o mal servir ao bem.

Deus permitiu que os irmãos de José agissem com maldade e não os forçou a fazer o bem porque criou os seres humanos livres. Deus respeita a nossa liberdade e nos quer bem.

Forçar uma pessoa a fazer o bem nunca é, no fim das contas, eficaz. Quem faz o bem porque coagido não realiza verdadeiramente o bem. Pelo contrário sofre uma dura opressão e, no seu coração, continuará desejando fazer o mal. Por isso, Deus, querendo a nossa liberdade, a respeita a fim de que possamos fazer o bem livremente e sem coação.

Isso tem como consequência que o ser livre pode abusar da liberdade para fazer o mal. Deus permite o mal porque pode fazer com que o mal sirva ao bem. Com efeito, José afirmou: “Vós planejastes fazer o mal contra mim, mas Deus converteu-o em bem”.

Deus é poderoso e misericordioso para mudar o sentido das ações humanas. José age conforme a intenção divina: em vez de responder o mal com o mal, renuncia à vingança e vence o mal com o bem.

A conclusão da história de José nos ajuda a olhar tudo o que aconteceu até então na perspectiva da fé. No princípio da criação, Deus viu que tudo era muito bom. O mal penetrou, e por ele entrou a morte e o fratricídio. Deus intervém, evita o mal estremo, faz com que o bem vá se impondo sem anular a liberdade humana. A partir de Abraão, embora continuem a hostilidade e a rivalidade, vai triunfando laboriosamente o bem. A tensão entre Abraão e Ló se resolve pacificamente, a ruptura entre Jacó e Esaú é sanada, José abraça os seus irmãos. No final, até mesmo o mal se põe a serviço do bem. Tal é o desígnio de Deus que vai se realizando ao longo dramaticamente ao longo da história.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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