Comentário ao Evangelho – Sábado 19/06/2021

Sábado da 11ª semana do TC

Mt 6, 24-34

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As sondagens sociológicas revelam que cresceu muito o número das pessoas que se declaram ateais. É cada vez mais comum encontrar jovens que não só se declaram ateus, mas que militam no ateísmo. É preocupante essa constatação. Mas deve também nos causar preocupação um outro mal tão ou mais perigoso: a idolatria do dinheiro. É esse o tema da leitura do evangelho de hoje.

Ninguém pode servir a dois senhores: pois, ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.

A idolatria do dinheiro é muito espontânea e nos tempos de hoje tem contaminado a nossa vida cotidiana, as instituições, as relações econômicas. A idolatria do dinheiro está na causa da avalanche da corrupção, da criminalidade organizada, do vergonhoso tráfico de pessoas e da exploração sexual. Não é o dinheiro o ídolo por excelência dos nossos dias? Não é o ídolo dinheiro o rival de Deus?

O dinheiro é o ídolo visível em oposição do Deus invisível (não podeis servir a Deus e ao dinheiro). Como antideus, o dinheiro cria um universo espiritual paralelo e invertido das virtudes teologais da fé, da esperança e da caridade. Jesus nos ensina que tudo é possível a quem crê. O ídolo proclama que tudo é possível a quem tem dinheiro. As consciências podem ser compradas; os corpos podem valer mais ou menos de acordo com a sua juventude ou beleza.

Por trás de todos os flagelos de nossa sociedade está o ídolo dinheiro! O que está por trás do comércio das drogas, que ceifa todos os dias vidas humanas principalmente dos mais jovens? O que está por trás do comércio de carne humana da prostituição? O que financia a propaganda hedonista de uma vida sexual desregrada e promíscua? O que está na raiz dos lava-jato de nosso país? O que está na origem das guerras esquecidas e fratricidas de nosso mundo? Qual é o motivo do tráfico de órgãos humanos removidos de crianças? A esse ídolo dinheiro são sacrificadas muitas vidas humanas todos os dias.

Tudo isso não nos deve levar a pensara que a idolatria do dinheiro comece de uma vez com toda a sua virulência. O ídolo dinheiro cresce de maneira cotidiana e lenta. O idólatra do dinheiro começa com pouco, vai repetindo pequenos atos de desonestidade, vai aumentando as suas trapaças na medida que cresce também a sua ganância. Pouco a pouco cresce a sua avareza até chegar aos grandes escândalos públicos.

Será que isso não é uma advertência séria a todos nós que administramos dinheiro público, dinheiro da Igreja, dinheiro da instituição, dinheiro dos outros?

Como todos os ídolos, o dinheiro é falso e mentiroso. Ele promete segurança, mas na realidade nos faz inseguros e aterrorizados pela perspectiva de perdê-lo; promete a liberdade e, ao contrário, nos faz seus escravos.

Não foi isso que aconteceu com muitos que acumularam tanto dinheiro que não sabiam em que paraíso fiscal iriam mandar o fruto das propinas e das negociatas? Eles estavam prestes a dizer a si mesmos: “meu caro tens um patrimônio para muitos anos: descansa, goza, regala-te”. Para quem eles acumularam tanto dinheiro? Para si mesmos? para o partido? Mas valeu a pena? O ídolo dinheiro é realmente mentiroso! Ele se encarrega de punir, ele mesmo, os seus adoradores!

 

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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