Sábado da 14a semana do TC
Is 6,1-8
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A manifestação de Deus cria uma sensação de plenitude que se exprime com imagens também de plenitude: o manto de estende sobre todo o templo, a fumaça o enche e a glória divina enche a terra. Enchem e transbordam porque o Senhor e sua presença não podem se limitadas pelos espaços finitos. O Senhor se encontra sentado como rei. A sua corte celeste são os serafins: eles estão de pé e se cobrem respeitosamente. Entoam um canto alternado.
Isaías sente a sua pequenez limitada, incapaz de abranger em vida a grandeza do Senhor. Mais ainda, ele sente a sua pequenez ética diante do todo santo. Reconhece-se pecador e solidário com o povo pecador. Isaías experimenta um profundo respeito ante a manifestação divina que ocorre no templo. Ele exclama: “ai de mim, estou perdido! Sou apenas um homem de lábios impuros, mas eu vi com meus olhos o rei, o Senhor dos exércitos”.
O temor de Deus é um sentimento complexo. Nele confluem várias atitudes: a reverência, a obediência, a adesão profunda, o amor. É o mesmo sentimento que está presente em todo o Magnificat de Maria. “Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre todos os que o temem”.
Porque Isaías experimente grande temor de Deus, ele é purificado. Trata-se de uma ação divina eficaz que apaga os seus pecados. Os lábios são tocados pela brasa retirada do altar porque os lábios são o órgão da pregação profética.
Uma lição importante podemos receber da visão de Isaías. Se nós nos deixarmos permear pelo temor sagrado, podemos ter confiança na misericórdia divina. O temor de Deus nos livra da falsa familiaridade com Deus, que não reconhece a sua grandeza infinita e sua santidade. Ao mesmo tempo do temor de Deus atrai a sua misericórdia.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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