Quinta-feira na oitava da Páscoa
At 3,11-26
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A leitura que ouvimos é o segundo discurso de Pedro. Com esse discurso Pedro repete os conteúdos do primeiro discurso, ou seja, repete a acusação do delito da morte de Jesus, a explicação do desígnio de Deus e o chamado à conversão. Este segundo discurso não é mera repetição. Nele Pedro introduz uma série de elementos novos. Por um lado, é mais compreensivo, pois reconhece que eles mataram Jesus por ignorância. Por outro lado, Pedro é mais incisivo, pois coloca as pessoas diante da opção definitiva diante da proximidade do Juízo divino.
Pedro começa seu discurso dando o sentido verdadeiro do milagre que foi realizado por seu intermédio: “Homens de Israel, por que estais admirando o que aconteceu? Por que ficais olhando para nós, como se tivéssemos feito este homem andar, com nosso próprio poder ou piedade?” Pedro convida as pessoas a não atribuírem o milagre à santidade ou bondade dos apóstolos. É preciso ir além dos instrumentos. É preciso reconhecer que o milagre foi tornado possível por um novo poder que se manifesta no nome de Jesus: “Graças à fé no nome de Jesus, este Nome acaba de fortalecer este homem que vedes e reconheceis”. Prestemos atenção à afirmação de Pedro: é o Nome que curou o paralítico. Falar do nome significa falar da pessoa de Jesus. Falar e agir em nome de Jesus significa contar com este novo poder salvador e curativo que Deus fez aparecer em nosso meio.
A cura do aleijado, portanto, significa não somente cura, mas a passagem daquele homem incapacitado para uma nova vida.
Pedro revela o paradoxo da morte e da vida pelo delito e pelo desígnio de Deus. “Vós rejeitastes o Santo e o Justo, e pedistes que vos fosse agraciado um assassino. Aquele que conduz à vida, vós o matastes, mas Deus o ressuscitou dos mortos”. Em outras palavras, Pedro afirma: “pedistes a vida daquele que havia dado a morte e pedistes a morte do Senhor da vida; mas Deus deu vida ao que tinha morrido e dá a vida a todos os que creem em seu nome”.
Essa é a obra maravilhosa de Deus: a obra da Páscoa. A nós que matamos, Deus responde dando-nos a vida nova em Cristo que foi morto pelo nosso delito, mas que foi ressuscitado por Deus em vista da nossa salvação. Deus faz de nosso delito a ocasião para uma comunicação ainda mais abundante da sua graça. Ele vence o nosso pecado que causou a morte de Jesus com a ressurreição dele e nossa.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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