Comentário ao Evangelho – Quinta-feira da 33ª Semana do TC – 17.11.2022

Quinta-feira da 33ª Semana do TC

Ap 5,1-10

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O Apocalipse é absolutamente contra uma concepção fatalista da história. Os acontecimentos deste mundo não são a repetição do que já foi, nem os acontecimentos estão já estabelecidos, tampouco somos regidos pelo destino. A história é como um livro que vamos escrevendo livremente.

Esse é o significa do livro escrito por dentro e por fora e lacrado por sete selos. Esse livro não pode ser aberto por ninguém, porque, se por um lado, a história é construída pela liberdade humana, por outro, o seu sentido global e total não pode ser encontrado no próprio livro, por isso só alguém com tal autoridade pode abrir os seus sete selos.

Assim se compreende a pergunta do anjo: “quem é digno de romper os selos e abrir o livro?” Se olharmos a história da humanidade, constataremos que ela não pode se explicar a si mesmo, nem dar o sentido do que acontece. Com efeito, qual é o sentido das guerras, dos genocídios, das extinções, dos cataclismos, das injustiças presentes na vida pessoa e na vida de povos e civilizações. Não há como justificar a morte de crianças e inocentes, o sofrimento atroz de populações inteira reduzidas à miséria, à exploração e à morte. Como justificar a bomba atômica, as guerras sem fim e onipresentes?

A reação de João é tanto sofrimento por toda a nossa triste história como o sentimento de um absurdo insuperável. Quem poderá dar o sentido ao absurdo da história humana? Quem poderá superar todos os seus absurdos infinitos? João narra: “eu chorava muito, porque ninguém foi considerado digno de abrir ou de ler o livro”.

Nessa situação de tristeza extrema e de fracasso total, um dos anciãos consola João: “não chores! Eis que o Leão da tribo de Judá, o Rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abri o livro”.

O anjo anuncia que há alguém, dentro da história humana, que pode dar o sentido à vida; há Alguém que assumiu nossa história e a redimiu; há Alguém que sofreu com todos os sofredores deste mundo e que venceu todo o mal e o pecado presente na história humana.

Cristo é a chave da história. Ele é o Cordeiro Imolado e que está em pé, porque venceu. Sem ele, a história é como um livro lacrado; sem Ele, a história se reduz a uma sucessão de tragédias e de absurdos realizados por homens pervertidos e maus. Sem Cristo, não há como suportar a história da humanidade; a única coisa a fazer é deixar o tempo passar, esperando não sermos vítimas de bestiais injustiças, ou a de sair dela nos suicidando!

A leitura de hoje se conclui com um hino litúrgico: “Tu és digno de receber o livro e abrir os seus selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus homens de toda tribo, povo e nação. Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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