Comentário ao Evangelho – Quinta-feira da 32ª semana do TC – 10.11.2022

Quinta-feira da 32ª semana do TC

Fm 1,7-20

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São Paulo está diante de um caso de consciência um pouco complicado. Onésimo, por aquilo que se pode entender, tinha fugido da casa do seu patrão Filemom, um bom cristão da Igreja de Colossas. Por ter fugido, Onésimo era considerado pela lei vigente um delinquente. Por sua vez, Paulo acolheu Onésimo com tanta bondade que este se converteu e se fez batizar. É por isso que Paulo se refere a Onésimo como “meu filho que fiz nascer para Cristo na prisão”.

Qual era o problema de consciência para Paulo? Paulo poderia enviar Onésimo de novo para Filemom que tinha o direito de punir o escravo fugitivo. Outra coisa que poderia fazer Paulo era o de reafirma que a escravidão tinha sido superada pela fé cristã e que, por isso, era contrária ao Evangelho. Assim Onésimo podia ser considerado livre, e Filemom não poderia dizer nada em contrário, uma vez que em Cristo somos todos iguais.

Paulo, no entanto, encontrou uma solução totalmente inesperada, mas profundamente arraigada no Evangelho. Ele enviou o escravo Onésimo de volta ao seu patrão acompanhado da carta que hoje lemos. Nesta carta Paulo pede que Filemom receba Onésimo como irmão em Cristo! Paulo não impõe nada a Filemom, mas faz apelo à caridade, à fé e lhe sugere uma solução. Em vez de punir o escravo fugitivo, acolher com honra um irmão no Senhor. Nada mais revolucionário do que isso!

Ouçamos mais uma vez esse pedido revolucionário de Paulo: “Eu não quis fazer nada sem o teu parecer, para que a tua bondade não seja forçada, mas espontânea. Se ele te foi tirado por algum tempo, talvez seja para que o tenhas de volta para sempre, já não como escravo, mas muito mais do que isso, como um irmão querido, muitíssimo querido para mim quanto mais ele o for para ti, tanto como pessoa humana quanto como irmão no Senhor”.

Por Dom Julio Endi Akamine SAC

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