Quinta-feira da 25ª semana do TC
Ecl 1,2-11
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Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade! O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: ‘Eis algo de novo’, também esta já existiu nos séculos que nos precederam”.
À primeira vista, as afirmações do Eclesiastes parecem estar em contradição com a realidade. Em nossos dias há, na realidade, muitas coisas novas. O homem chegou à luz, enviou sondas espaciais para além do Sistema solar. Muitas descobertas científicas mudaram a nossa vida, a internet continua revolucionando a nossa vida. Muitos avanços tecnológicos fizeram crescer nosso conhecimento do universo. É inegável: há muitas novidades! E o Eclesiastes parece estar enganado.
Se, porém, olharmos a realidade com mais profundidade, constataremos que novidades não é o mesmo que Novo! As novidades, no fim das contas, não são importantes, porque uma novidade só subsiste até a próxima novidade. Há tantas novidades: para quê elas servem? Muitas vezes elas servem para cometer crimes e fraudes, para subjugar as consciências com mais eficácia, para espalhar mentiras e fake News. Muitíssimas foram as conquistas tecnológicas que só serviram para fabricar armas de guerra. Hoje temos muitos recursos para matar, para devastar, para dominar pessoas, mas as necessidades básicas, infelizmente, não são atendidas: a saúde, a educação, a água tratada, o emprego, a segurança, a dignidade da mulher, etc. Acrescentem-se a isso tudo os vícios e os pecados. Isso tudo, infelizmente, persegue a humanidade desde os seus primórdios. Por isso, o Eclesiastes tem razão: “O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: ‘Eis algo de novo’, também esta já existiu nos séculos que nos precederam”.
Poderíamos, com tristeza e dor, repetir com o Eclesiastes: “vaidade das vaidades! Tudo é vaidade! Poderíamos! Mas nós sabemos que o Novo é uma realidade: Nova Aliança, Novo Adão, Novo Testamento!
O Novo é Cristo ressuscitado! A ressurreição de Cristo revela uma realidade é a irrupção do Novo, para além de toda novidade! Trata-se da Nova vida, do Novo ser em Cristo. Cristo ressuscitado transformou total e profundamente o coração humano. Cristo não é novidade, Ele é o Novo: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura. O que era antigo passou; eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,17).
Os cristãos sabem onde encontrar o Novo e dele viver. É o Novo que tudo transforma, ainda que de modo misterioso e oculto. Por isso, não podemos mais repetir como o Eclesiastes que tudo é vaidade! Porque Cristo ressuscitou, e nós com Ele, recebemos a maravilhosa novidade que dá gosto novo para a vida e enche o coração de alegria e felicidade profundas.
Por Dom Julio Endi Akamine SAC
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